Imbróglio

Fernando de Noronha: Anderson Ferreira e Gilson Machado dizem que Governo de Pernambuco mente ao dizer que União quer federalizar a ilha

Declaração dos pré-candidatos apoiados por Bolsonaro no Estado foi dada na tarde desta quarta-feira, durante coletiva de imprensa em um hotel no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife

Renata Monteiro
Renata Monteiro
Publicado em 06/04/2022 às 18:13 | Atualizado em 06/04/2022 às 20:58
Guga Matos/JC Imagem
Gilson Machado e Anderson Ferreira - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Atualizada às 20h58

Em meio ao imbróglio gerado após a tentativa de federalização de Fernando de Noronha, Anderson Ferreira, pré-candidato a governador de Pernambuco pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a informação de que o militar da reserva estaria tentando tirar o arquipélago dos pernambucanos seria "fake news". A declaração do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes foi dada na tarde desta quarta-feira (6), durante coletiva de imprensa em um hotel no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

"Em nenhum momento foi dito que Fernando de Noronha não seria dos pernambucanos. Isso é um equívoco, uma fake news que se propaga por conta de uma estratégia do governo que está aí para encobrir a incompetência que tem", disparou Ferreira, ao ser questionado sobre o tema.

O pré-candidato a senador Gilson Machado Neto, que também participava da entrevista, completou: "Em nenhum momento a União pediu a titularidade da ilha, só pediu o cumprimento do contrato de gestão".

No dia 24 de março, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu que seja reconhecido que "o domínio sobre o Arquipélago de Fernando de Noronha é de titularidade integral da União". De acordo com a AGU, o Estado vem descumprindo um contrato de cessão assinado em 2002, "embaraçando a atuação da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União e de órgãos ambientais federais na gestão da área".

Logo em seguida, o Governo de Pernambuco anunciou que iria recorrer ao STF. Na última segunda-feira (4), o próprio governador Paulo Câmara (PSB) participou de uma reunião com o ministro Ricardo Lewandovski para se contrapor ao pedido de federalização. Lewandovski é o relator da ação impetrada pela AGU.

Anderson e Gilson, porém, dizem que o governo estadual está deturpando a solicitação da União. "Toda a população sabe o que está acontecendo em Noronha. O descaso desse governo, a incompetência desse governo. Esse problema não é de hoje, já vem se alastrando há um bom tempo e os órgãos competentes estão pedindo que Pernambuco cumpra o contrato. Mas eu tenho certeza que no nosso governo o que for necessário ser feito, será feito com muito diálogo e com certeza apresentando para a população que vive em Noronha e para o turismo de lá um projeto acessível para a população e que tenha a infraestrutura necessária para quem está na ilha", observou Anderson.

"Faltam 274 dias para Noronha voltar a ser dos noronheses e voltar a ser dos pernambucanos de verdade. É um absurdo um pernambucano, hoje, querer ir para Noronha, sair de Pernambuco para Pernambuco e ter que pagar mais de R$ 6 mil para passar 30 dias lá. O que está sendo feito com essa taxa? Governador, abra a transparência. Quantos funcionários têm na ilha? Isso é o que tem que ser mostrado", cravou Gilson Machado.

O QUE DIZ O GOVERNO DE PERNAMBUCO?

Em resposta às declarações dos pré-candidatos, o Governo de Pernambuco afirmou, por nota, que "recomenda aos candidatos a leitura das páginas 55 e 56 da ação impetrada pela Advocacia-Geral da União no STF".

O Executivo estadual completa o texto dizendo que, "como já foi amplamente divulgado pelo próprio Sistema JC de Comunicação, a tentativa de federalizar Fernando de Noronha está expressa no requisitório do documento: 'liminar declarando que o domínio sobre o arquipélago de Fernando de Noronha é de titularidade integral da União'", e que "a tática de acusar os adversários daquilo que praticam (fake news) já era esperada, sabendo que os referidos candidatos são da base de Jair Bolsonaro".

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