Em seu discurso durante a abertura oficial do XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, na noite desta quinta-feira (28), em Brasília, o prefeito do Recife João Campos fez uma saudação especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o líder petista teria sido o maior presidente da República que sua geração teve oportunidade de ver.
“Quero fazer uma saudação muito especial a um companheiro nordestino, do Agreste de Pernambuco, e que foi o maior presidente que nós já vimos”, disse Campos ao iniciar sua fala durante o Congresso.
A presença de Lula no evento socialista foi cercada de acenos tanto ao palanque presidencial quanto aos estaduais, para mostrar que PT e PSB estão oficialmente juntos nas eleições de 2022. “Nós precisamos fortalecer essas instituições que assim como o PSB, o PT e algumas outras no Brasil, que representam verdadeiramente o nosso desejo de transformação e representatividade do nosso povo”, disse o prefeito.
O enaltecimento de João Campos, a figura do ex-presidente Lula, demonstra mais uma vez que as rugas provocadas pelo duro pleito municipal de 2020 e a adesão ao discurso do antipetismo, ficaram no passado. “Nós estaremos do lado de Lula e de Alckmin nesta eleição, para a gente construir esse novo tempo”, afirmou.
O governo federal também foi criticado pelo prefeito do Recife, quando foi cobrado avanços sobre o pacto federativo no país, relembrando que essa era uma pauta do ex-governador Eduardo Campos, o seu pai. “De 1988 para cá, as despesas para os municípios só aumentaram, ao mesmo tempo que a receita vem caindo. As nossas responsabilidades aumentam e precisamos ter um ciclo de diálogo. Hoje, o diálogo institucional entre os entes federados é inexistente no Brasil. Independente de quem votou em João e quem não votou, o povo recifense precisa de respeito”, disparou João Campos.
O governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, não discursou durante a abertura do evento. Fez apenas uma publicação em suas redes sociais, destacando a “frente ampla pela democracia” que está sendo construída pelo partido. “Vamos juntos com Lula e Geraldo Alckmin reconstruir o nosso país, as políticas sociais e o respeito à constituição e à harmonia entre os poderes”, declarou.
CONGRESSO
O ex-presidente Lula comentou sobre o “estranhamento” causado por sua aproximação com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresentado pelo PSB como pré-candidato a vice na chapa presidencial do petista.
“Lula e o Alckmin já divergiram, porque agora eles estão juntos? Isso se chama política, se chama maturidade, compromisso com este país e com o povo brasileiro”, disse. Lula afirmou que nunca na história do país os brasileiros precisaram tanto dessa união quanto agora.
“A sociedade brasileira está precisando de alguém para salvar o país, alguém para cuidar do povo brasileiro, para reeditar a soberania do Brasil diante dos olhos do mundo. Nunca foi tão necessário ganhar uma eleição para restabelecer nossa dignidade, restabelecer a esperança do nosso povo”, discursou.
Já Alckmin disse que estará com Lula “com o dever de vencer as eleições e recuperar o Brasil''. “O País vive um momento triste, de desemprego, carestia, sofrimento da população, morte, governo negacionista. É inaceitável que tenhamos um governo que despreza a vida humana. Hoje, estamos unidos por um dever. A política é olhar o interesse público, o interesse das pessoas, é mudar o Brasil, e recuperarmos esse país”, finalizou.