Após o governador Paulo Câmara (PSB) anunciar, na última terça-feira (10), o repasse de R$ 225 milhões para investimentos na saúde pública de todos os municípios do Estado, a pré-candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB) afirmou que o gesto é "um desrespeito" com o povo pernambucano. De acordo com a ex-prefeita de Caruaru, os recursos apresentados pelo chefe do Executivo estadual como "dinheiro novo" não passam de um montante que o Estado deve há anos às prefeituras e que, por estarmos em ano eleitoral, serão liberados apenas agora.
"É um acinte, um desrespeito com o nosso povo quando o governador passa desde 2015 sem pagar o que deve à saúde pública dos municípios - só em Caruaru são quase R$ 20 milhões em débitos do Samu, de medicamentos da atenção básica, de incentivo à atenção básica - e depois reúne um bocado de prefeitos lá na Amupe e anuncia um calendário de pagamento de quase R$ 250 milhões como se fosse dinheiro novo. Mas é dinheiro antigo, que eles devem desde 2015 pra gente, que a gente precisou entrar na Justiça para receber", destacou Raquel, durante entrevista ao Blog do Silvinho.
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Conforme informações publicadas no Blog de Jamildo, o anúncio do governador foi feito na manhã de ontem, durante reunião na Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Segundo o governo, a ideia para a liberação dos recursos seria desafogar os sistemas de saúde da Região Metropolitana do Recife, que estariam em uma crise que ficou explícita depois que parte do teto do Hospital da Restauração desabou sobre vários pacientes.
Em vídeo publicado nas suas redes sociais, Raquel Lyra declarou que essa seria mais uma tentativa da gestão Paulo Câmara de "prometer pra frente o que não fez durante oito anos" e disse que a saúde do Estado não poderia mais ser tratada com esse "descaso".
"Precisamos de um governo que lidere o nosso Estado e que tenha o cuidado com o povo como prioridade. A saúde da população não pode continuar sendo tratada com esse descaso", disparou a tucana.
De acordo com a gestão estadual, a entrega do montante prometido aos municípios será feita em dois blocos: as 178 prefeituras de cidades com até 200 mil habitantes vão receber a parte que lhes cabe em até cinco parcelas. Os demais municípios, com população superior a 200 mil habitantes, vão receber os recursos em três parcelas.