Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
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Governistas, bolsonaristas, oposição: ninguém quer CPI da Petrobras. Pelo menos agora

Brasil está a pouco mais de 100 dias das eleições. CPI pode ser um tiro no pé

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Romoaldo de Souza

Publicado em 21/06/2022 às 7:02 | Atualizado em 22/06/2022 às 8:17
Ação trabalhista pode ter um impacto de pelo menos R$ 47 bilhões para a Petrobras - FLÁVIO EMANUEL/AGÊNICA PETROBRAS

A pergunta ouvida em dez entre dez corredores da política de Brasília, por esses dias, é a seguinte: e a CPI da Petrobras, sai ou não sai?

Ninguém precisa ter traquejo nos factoides da política brasileira para saber que nem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nem o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), muito menos a oposição, ninguém quer ver uma Comissão Parlamentar de Inquérito investigar a Petrobras. Pelo menos agora, não!

Os governistas, e os bolsonaristas em particular, não querem a CPI porque sabem que fazer investigação da Petrobras - estando o país a pouco mais de 100 dias das eleições - pode ser um tiro no pé na campanha da reeleição.

Imaginemos que venha a ficar revelado que o governo andou fazendo pressões políticas para evitar reajustes no preços dos combustíveis? Calcule o que pensará o investidor - interno e externo - se vier a ficar sabendo que a principal empresa do Brasil foi alvo de intervenções políticas para fazer os gostos de quem está no poder.

Líderes de oposição tampouco querem ver o circo pegar fogo com o receio de assumirem o comando do país, em 1º de janeiro de 2023, e terem de herdar uma empresa desacreditada no mercado por causa das interferências políticas, assim como foi nas gestões do PT entre 2003 e 2016.

Não se assuste se você ler, por aqui, que na verdade o que o presidente Bolsonaro quer, agora, é desviar o foco da repercussão negativa causada pelos assassinatos do ambientalista Bruno Pereira de Araújo e do jornalista Dom Phillips, mortos em circunstâncias ainda não esclarecidas no Amazonas, em 5 de junho.

Pense nisso!

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