Responsável pelo primeiro atendimento e pela cirurgia que Jair Bolsonaro foi submetido, depois de ser esfaqueado em um ato público em Juiz Fora (MG), durante a campanha de 2018, a Santa Casa de Misericórdia engrossa o número de entidades filantrópicas que relatam dificuldades financeiras.
Uma das razões apontadas para esse problema é a defasagem da tabela de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) e a pandemia de covid-19. As informações são do site 'O Tempo'.
Bolsonaro deve retornar à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora nesta sexta-feira (15), e, de acordo com a reportagem, deve encontrar uma instituição com caixa negativo de R$ 26 milhões.
O presidente já declarou que Juiz de Fora se tornou sua “cidade natal”, desde a tentativa de homicídio que sofreu com o ataque de Adélio Bispo de Oliveira há quatro anos.
O déficit de R$ 26 milhões da instituição foi apontado no relatório de administração de 2021 divulgado em março deste ano. Segundo o documento, em 2021, a receita bruta da Santa Casa foi de R$330 milhões, mas os custos operacionais do local bateram R$ 356 milhões.
Arrecadação
Em 2021, mesmo com arrecadação da SCMJF sendo R$15,9 milhões, cerca de 5% a mais quando comparado ao montante de R$ 314 milhões faturados em 2020, as despesas do hospital cresceram R$49,7 milhões, uma alta de 16%.
Ainda de acordo com a reportagem do 'O Tempo' a pandemia de covid-19 foi apontada como principal agravante do rombo na instituição.
O problema não é novo, a Agência Brasil, ainda em 2018, já apontava que a Santa Casa que atendeu Bolsonaro enfrentava dificuldades financeiras e que 70% dos leitos do hospital eram para pacientes do SUS.
Procurado pela reportagem do site 'O Tempo', o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, disse que não era o momento para entrevistas e que o momento "é de receber o presidente”.