Com informações da AFP
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), candidato à eleição de 2022, foi o entrevistado na sabatina do Jornal Nacional nessa quinta-feira (25).
Durante seu discurso, o candidato a presidência do Brasil tentou limpar o estigma de corrupção que cerca o Partido dos Trabalhadores (PT) ao admitir casos na Petrobras durante seus mandatos e prometeu investigar todo desvio se vencer a eleição de outubro.
"Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram" os crimes, afirmou Lula ao Jornal Nacional, que na segunda-feira entrevistou o presidente Jair Bolsonaro no âmbito do início da campanha eleitoral.
No início da entrevista, o ex-candidato respondeu as perguntas sobre corrupção lendo anotações para apoiar seu discurso.
"Estou tendo a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada", declarou o ex-presidente petista.
O petista também elogiou o seu vice, o ex-governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin, seu adversário nas eleições presidenciais de 2006.
LULA no JORNAL NACIONAL: DESTAQUES da ENTREVISTA do candidato à Presidência
LULA CRITICA LAVA JATO
Lula criticou duramente a operação Lava Jato, iniciada em 2016 para investigar os desvios em contratos da Petrobras, por, em suas palavras, "ultrapassar o limite da investigação e entrar no limite da política" com o propósito de condená-lo.
O ex-presidente ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019, após ser condenado por corrupção. Recuperou seus direitos políticos em 2021, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou suas condenações por considerar que a Justiça Federal do Paraná era incompetente para julgar as ações.
Aos 76 anos, Lula lidera a disputa presidencial com 47% das intenções de voto, contra 32% para Bolsonaro, de 67 anos, segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha publicada na última quinta-feira.
Lula citou a criação de vários mecanismos de acesso à informação e órgãos de investigação durante seu governo como mostras de seu suposto compromisso contra a corrupção.
A equipe de fact-checking da AFP constatou que um dos órgãos citado, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), foi criado pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.