O cientista político Antonio Lavareda explicou que a nacionalização da campanha em Pernambuco pode definir quem será nossa próxima governadora.
Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB) passaram ao segundo turno, com a deputada federal ficando à frente da ex-prefeita de Caruaru. Marília somou 23,97%, ou 1.175.651 votos, enquanto Raquel teve 20,58%, um total de 1.009.556 votos.
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Agora, as primeiras pesquisas do segundo turno apontam para uma possível mudança de cenário, com Raquel à frente de Marília, tanto no levantamento Ipec quanto no Real Time, divulgados nessa terça (11).
Porém, de acordo com Lavareda, Marília pode reverter esse cenário por conta do apoio de Lula a sua campanha e a tentativa de ligar o nome de Raquel Lyra a Jair Bolsonaro, que tem maior rejeição no Estado.
"No segundo turno, a disputa é mais politizada que no primeiro. Tivemos candidatos competitivos e todos estavam disputando o cenário, tirando foco, dificultando a compreensão do eleitor. Agora, na disputa binária em alguns Estados, como São Paulo, se estabeleceu um candidato de Bolsonaro e outro de Lula (Tarcísio e Haddad). Mas em outros Estados, há um candidato associado a Lula e outro tucano, como em Pernambuco e no Rio Grande do Sul. Assim, o um candidato investe na proximidade com o ex-presidente e o outro fica em cima do muro. Mas às vezes o eleitor tem raciocínio dicotômico, separa as coisas e vê em um mais ligado a Lula e outro mais ligado a Bolsonaro, embora os candidatos tucanos, como Raquel Lyra e Eduardo Leite não tenham nenhuma afinidade pessoal com Bolsonaro", disse o cientista político.
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Uma vantagem para Raquel, segundo Lavareda é poder somar boa parte dos votos dos candidatos Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (UB), que já declarou oficialmente apoio à candidata tucana. Respectivamente eles ficaram em terceiro e quinto lugar no primeiro turno. Cada um com mais de 800 mil votos. Por outro lado, segundo o especialista, Marília conseguiu um reforço de peso para seu palanque, além de Lula. A senadora eleita Teresa Leitão (PT), que obteve mais de 2 milhões de votos no Estado.
Antonio lembrou que Lula vem aparecendo à frente de Bolsonaro nas pesquisas em Pernambuco. No Estado, o ex-presidente venceu em todas as cidades, com exceção de Santa Cruz do Capibaribe, onde Bolsonaro ganhou em 2022 e em 2018.
"Se na campanha fizer o eleitor aceitar a nacionalização da disputa que se dá, assistiremos nas próximas semanas inversões das posições. Na Ipec, Raquel tem 50% e Marília 42%, são oito pontos e isso no segundo turno corresponde a movimento de 4 pontos para lá e quatro para cá, abrindo chance de virada".
Por fim, o cientista disse que não é possível se basear totalmente nas estatísticas das últimas eleições para analisar o pleito de 2022. "Vivemos situações excepcionais, nunca tivemos cinco candidatos competitivos em Pernambuco. Nunca assistimos duas mulheres disputando segundo turno no Estado, é bom olhar que essa eleição está diferente. Temos mais duas semanas, no domingo começa a segunda metade do segundo turno e promete ser emocionante, competitivo", concluiu.