O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá suspender a implementação do novo ensino médio, assim como a reforma no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), prevista para 2024.
Uma portaria deve ser publicada nos próximos dias com as mudanças do cronograma de ensino.
GOVERNO LULA VAI SUSPENDER NOVO ENSINO MÉDIO
A suspensão irá acontecer no período previsto para a consulta pública sobre o novo ensino médio. A consulta foi iniciada em março e tem 90 dias de duração, podendo ser prorrogada.
O Ministério da Educação terá mais 30 dias para elaborar um relatório sobre o futuro da política educacional do ensino médio.
A mudança no cronograma não extingue a reforma, mas tira a obrigatoriedade das redes de ensino de continuar com o processo de implementação do novo ensino médio durante esse período.
Ou seja, os estudantes que já estão sob as novas regras não deverão sofrer alterações, mas as escolas poderão escolher avançar ou não com o processo de adaptação do novo ensino médio.
O novo modelo do ensino médio começou a ser implementado em 2022 para alunos do 1° ano, e de acordo com o calendário atual, em 2023 a mudança chega nos alunos do 2° e em 2024 para os do 3° .
A principal mudança com a alteração do cronograma será no Enem. A prova, que a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, irá continuar em 2024 com o modelo atual e não passará por uma reformulação, como era o previsto.
NOVO ENSINO MÉDIO
O novo ensino médio foi aprovado em 2017, durante o governo Temer, e prevê a organização da grade de horário dos alunos em duas partes.
A primeira parte, de acordo com as novas regras, engloba 60% da carga horária dos três anos de ensino médio e é composta por disciplinas regulares, comuns a todos os alunos.
A segunda parte da grade de horário, equivalente a 40%, é composta por disciplinas optativas.
No modelo do novo ensino médio, o número de horas de aulas anuais obrigatórias passou de 800 para pelo menos 1000.
A regra vale para toas as escolas públicas e privadas do país. Atualmente cerca de 7 milhões de estudantes são impactados pela medida, sendo 85% desses das redes estaduais de ensino, segundo a Folha de S. Paulo.