Na manhã desta terça-feira (3), a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), encerrou uma problemática a referente ao Projeto de Lei 923/2023, encaminhado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O PL propõe a reestruturação e modernização dos cartórios em todo o estado.
Os integrantes da comissão aprovaram o substitutivo apresentado pelo relator do projeto, o presidente da CCLJ, deputado Antônio Moraes (PP), que sugere modificações na proposta original.
Entre as mudanças, estão excluir o dispositivo fecharia vários tabelionatos e permitiria a transferência de outros, a maioria deles em pequenos municípios e distritos do interior.
A pauta gerou inúmeros debates, e dividiu deputados e proprietários de cartórios. No dia 20 de setembro, ocorreu uma audiência pública na Alepe, participaram os presidentes das comissões de Finanças e Orçamento, Assuntos Municipais e Administração Pública, especialistas na área, proprietários de cartórios e dirigentes de associações que reúnem a categoria.
Ao final, os argumentos foram analisados pelo relator, que decidiu pela apresentação do substitutivo ao projeto original, aprovado pela comissão.
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“Fizemos tudo que foi possível para atender às demandas de todas as partes, sem deixar os distritos do interior descobertos. Quando se lê o projeto por inteiro, fica até compreensível que alguns cartórios em localidades menores pudessem extintos. Mas não seria justo, porque teríamos que extinguir outros maiores, inclusive em distritos que ficam a mais de 100 quilômetros da cidade sede e outros que hoje contam com mais de 40 mil habitantes, e não poderiam ficar sem cartório”, explicou Antônio Moraes.
União de cartórios
Outra proposta alterada pelo relator e aprovada pela comissão é referente às cidades com até 25 mil habitantes, onde agora será permitida a junção entre cartórios. Os cartórios de registro civil, por exemplo, poderão ser anexados aos cartórios de notas, ou vice-versa.
“Já a questão das modificações nos limites de algumas comarcas, proposta no projeto original, decidimos retirar e solicitar que o próprio Tribunal de Justiça faça um estudo mais apurado, porque não cabe aos parlamentares decidir sobre esse tema”, acrescentou Moraes.
Remuneração
A alteração também transfere para o Judiciário a obrigação de cuidar da remuneração dos pequenos cartórios, por meio do Fundo de Compensação dos Atos Civis (FERC). O valor é destinado a compensar os tabelionatos pela emissão gratuita de certidões de nascimento, casamento e óbito.
“Será criada uma tabela pelo próprio tribunal e esses cartórios serão devidamente remunerados pelo trabalho que prestam à população de forma gratuita”, concluiu Moraes.
O substitutivo aprovado pela CCLJ segue agora para avaliação nas comissões de Finanças e Orçamento, Assuntos Municipais e Administração Pública, para só então ser votado pelo plenário da Alepe.