O Náutico não é mais o mesmo do inicio da temporada. Vive uma turbulência grande e tenta se reconstruir como trabalho de Marcelo Chamusca. E o curioso é que tudo aconteceu muito rapidamente. Se mereceu ficar por muito tempo na liderança da Série B, também está merecendo ficar no meio da tabela. Para retomar o caminho das vitórias, o Timbu vai precisar mudar a filosofia de jogo. É o que está procurando fazer para que a Série A não seja um sonho tão distante. E, fora de campo, precisa retomar a harmonia nos bastidores do clube, que anda sumida desde o atrito do ex-técnico Hélio dos Anjos com a diretoria, após a partida contra o Confiança.
Aliás, as demissões dos últimos treinadores do Náutico chama a atenção pela semelhança de como tudo aconteceu. Foram apresentados como profissionais capazes de mudar uma realidade e saíram com a relação estremecida com a diretoria. Algo que não fica bacana para o presente, muito menos para o futuro. Afinal, tanto Gilmar Dal Pozzo, quanto Gilson Kleina e Hélio dos Anjos acionaram a Justiça Trabalhista contra o clube. São situações que precisam ser contornadas para não virar uma bola de neve que, na verdade, pela repetência dos fatos, podemos dizer que a bola já está rolando.
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Dos três profissionais citados, a demissão de Gilson Kleina não surpreendeu tanto porque o seu trabalho não rendeu bons resultados. Ele não conseguiu fazer o time embalar. Mas não se justifica o cenário que ficou após a demissão. Segundo informações, o treinador não recebeu o tinha direito e levou o caso para Justiça e o imbróglio ainda está rolando.
Antes de Kleina quem estava no cargo foi Gilmar Dal Pozzo. Comandou a equipe em 42 partidas. Conseguiu feitos importantes: classificou a equipe para a Copa do Nordeste de 2020 e foi campeão da Série C. Mas a sua demissão foi algo inacreditável. A diretoria anunciou a demissão. Mas, ao lembrarem da multa rescisória, a diretoria declarou que o treinador havia pedido demissão. Os bastidores esquentaram. Foi quando a diretoria negou ter demitido o técnico e anunciou que ele seria relocado para o sub-23. Dal Pozzo não aceitou. Constrangimento geral. Dal Pozzo acionou a justiça pedindo um valor alto de multa rescisória e possíveis danos morais.
O recente caso de Hélio dos Anjos foi algo surpreendente de tão rápido. E também pela frieza como a diretoria tratou a saída do comandante que, até outro dia, era o super-herói alvirrubro. Hélio comandou o time com maestria na Série B do ano passado. Conquistou o titulo pernambucano sobre o rival Sport, quebrando um tabu que durava anos e anos. Na Série B, o time começou a todo vapor. Mas a derrota para o Coritiba e as perdas de peça do elenco tiraram o Timbu do prumo. E Hélio pediu para sair. Agora, aciona a Justiça para cobrar acordos financeiros que a diretoria não cumpriu. Já o departamento jurídico do clube informou que é o treinador que deve a multa rescisória ao clube, já que ele pediu demissão.
De toda forma, é mais um imbróglio para o Náutico resolver. No entanto, o caso de Hélio dos Anjos chama muito a atenção de quem acompanha o futebol pernambucano. Pela velocidade como tudo aconteceu e, especialmente, pela frieza da diretoria do clube em relação ao técnico. O clube só se pronunciou sobre a saída de Hélio dos Anjos em uma nota oficial. Pouco para quem até outro dia era tratado como o grande responsável pelo momento que o clube atravessava no início da temporada. E mais: não houve um pronunciamento do clube sobre a ação judicial do técnico.