A repercussão da denúncia de assédio feita por Tatiana Roma, ex-diretora da Mulher e de Operações do alvirrubro, no início da semana fez o conselho deliberativo do Náutico convocar uma sessão extraordinária. Em comunicado emitido na última segunda-feira (22), mesmo dia que Tatiana publicou em seu perfil no Twitter um relato contando que tinha sido vítima de assédio moral e importunação sexual, os conselheiros foram informados de uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (29).
>> Ex-diretora do Náutico acusa funcionário do clube de importunação sexual
>> Presidente do Náutico fala sobre caso de assédio no clube, cita uso eleitoral e oposição reage; ouça
No comunicado, o presidente do conselho, Alexandre Carneiro, cita "os fatos publicizados na mídia na última semana pela denunciante Tatiana Roma, noticiando a possibilidade da existência de outras vítimas". A mesma carta afirma ainda a decisão de reabrir o processo administrativo referente à denúncia feita por Tatiana.
Durante a reunião da próxima segunda-feira, o conselho também vai deliberar sobre a inserção de um regimento interno para processos administrativos disciplinares de assédio e importunação sexuais, com definição de procedimentos, vedações e prazos.
A denúncia
Tatiana Roma, ex-diretora de Operações do Náutico, relatou por meio de um post feito em uma rede social, nesta segunda-feira (22), que sofreu importunação sexual por parte de um funcionário do clube. De acordo com a suposta vítima, ela protocolou, no dia 3 de setembro, uma denúncia contra o suposto assediador, no Conselho Deliberativo. No entanto, o órgão não teria tomado atitudes relacionadas ao caso. Diante da situação, Tatiana optou por levar o caso à Delegacia da Mulher, onde registrou um Boletim de Ocorrência.
Tatiana passou a fazer parte da diretoria do Náutico em 2018, como diretora da Mulher e permaneceu no cargo durante dois anos. Em 2020, ela passou a ser diretora de Operações de Jogos, cargo em que permaneceu até julho deste ano.
Em seu relato, a ex-diretora conta que primeiro optou por denunciar o funcionário apenas no conselho, em sigilo, e que já esperava que o os conselheiros não tomariam nenhuma atitude. Ainda no relato, ela afirma que mesmo com o processo engavetado, passou a sofrer pressão para que o retirasse. Tatiana teria procurado Alexandre Carneiro, presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, e ele teria pedido para que ela deixasse o processo para o próximo ano.