Para tentar manter o controle da pandemia do novo coronavírus, diversas cidades do Brasil entraram em quarentena e, consequentemente, fecharam praias, parques, comércio e outras atividades que poderiam causar aglomeração de pessoas, que deve ser evitada, de acordo com orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, mesmo com o Brasil totalizando, até essa quinta-feira (28), 438.238 casos e 26.754 vidas perdidas em decorrência da covid-19, alguns municípios já montaram um plano para a flexibilização da quarentena e outros já começaram a fazer a reabertura das cidades.
Nessa quinta, o Governo de Pernambuco anunciou um plano de retomada das atividades no Estado. De acordo com a gestão, a reabertura dos serviços será gradativa, em um período de 11 semanas, e deverá respeitar orientações sanitárias.
Os detalhes sobre o plano, contudo, ainda serão divulgados nesse fim de semana, quando chega ao fim o decreto que previa medidas mais rígidas nos municípios do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata. O Estado não detalhou quais atividades serão retomadas, nem as regras que os estabelecimentos deverão cumprir.
O plano, segundo o Executivo estadual, também inclui a análise da quantidade de trabalhadores por setor e como o retorno de cada atividade influencia em pontos complementares, como o transporte público. O governo informou que a ideia é que os setores adotem horários diferentes de expediente para não saturar o sistema nos horários de pico.
Na manhã desta sexta-feira (29), o prefeito Geraldo Julio declarou que reabertura de alguns setores da economia deve começar a acontecer em junho no Recife. "Nós acreditamos que no mês de junho, no decorrer de mês, será possível a flexibilização de algumas das atividades e de alguns setores da economia e da renda em nossa cidade", afirmou o gestor.
O governo de São Paulo anunciou, na quarta-feira (27), um plano de prorrogação da quarentena obrigatória com flexibilização progressiva a partir de 1º de junho. A medida prevê cinco etapas e divide as regiões do estado por cores, de acordo com critérios definidos pela secretaria estadual da Saúde e pelo Comitê de Contingência do Coronavírus.
Pelo plano, as regiões serão classificadas como alerta máximo (vermelho), controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
A capital paulista foi classificada como em fase de controle (laranja), ou seja, município que está em fase de atenção para eventuais liberações. Sendo assim, é permitido reabrir, com restrições, a partir do dia 1º de junho, atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping center.
De acordo com o Jornal O Globo, a cidade do Rio de Janeiro deve ter um plano de reabertura das atividades econômicas que prevê seis fases e pode ter fim até agosto.
Ainda segundo o Jornal, as fases serão divididas por períodos de 15 dias. Portanto, caso o plano se inicie em junho e não havendo retrocessos durante o processo, o Rio de Janeiro chegaria a setembro sem medidas restritivas por conta da pandemia.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, no entanto, ainda não anunciou o plano oficialmente.
Após 23 dias de Fortaleza em lockdown e 72 dias de quarentena no Estado, parte dos setores econômicos irá voltar gradualmente às atividades a partir de 1º de junho. A confirmação foi realizada pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT).
No Ceará, o decreto de isolamento social será prorrogado, mas o isolamento rígido, o chamado lockdown, será encerrado. Por isso, no comércio será autorizada na transição a abertura de lojas ligadas a material de construção, com horários de abertura determinados. Na construção civil, serão autorizadas obras com máximo de 100 operários, com até 31% de retomada.
Setor de higiene e beleza, como barbearias, manicures e salões de beleza poderão também abrir.
Também será retomada a indústria têxtil e de calçados, fabricação de eletrodomésticos, indústria automotiva, retorno dos treinos esportivos e dos times de futebol "participantes da final do Campeonato Cearense."
Está liberada a partir do dia 1º a operação de 100% da cadeia de saúde, inclusive consultórios médicos e odontológicos. Voltará até 31% da cadeia da construção civil, com até 100 operários por obra e 30% de efetivo no setor produtivo. Também voltarão percentuais dos seguintes setores: indústria química; artigos de couros e calçados; indústria metalmecânica; saneamento e reciclagem; indústria e serviços de apoio; energia; têxteis e roupas; comunicação, publicidade e editoração; artigos do lar; agropecuária; móveis e madeira; tecnologia da informação; logística e transporte; automotiva; e esporte, cultura e lazer.
Após a transição de sete dias, haverá quatro fases de retomada. A cada fase haverá avaliação com base nos dados de saúde.
A fase 1 está prevista para 8 de junho (08/06). Tem previsão de duras 14 dias. As fases seguintes serão avaliadas conforme o resultado gradual. Cada fase terá 14 dias de duração
Com medidas de restrições com prazo de validade até a próxima segunda-feira (1º), A prefeitura de Salvador irá avaliar, neste fim de semana, os decretos que podem ser prorrogados, alterados ou suspensos na cidade.
O prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), afirmou que uma possível retomada de atividades econômicas formais e informais irá depender do avanço do novo coronavírus na cidade.
De acordo com ele, o colapso do sistema de saúde, público e privado, não aconteceu no mês de maio, como apontavam as projeções feitas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e não está descartado um colapso na cidade.
O prefeito também reforçou que, para que haja uma retomada segura da economia, com a adoção de novos protocolos de reabertura, é necessário que haja menos pressão sobre os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), com taxa de ocupação abaixo de 60%.
Na quarta-feira, o Governo do Amazonas apresentou um plano de reabertura gradual do comércio de atividades não essenciais, que irá ocorrer a partir do dia 1º de junho, válido apenas para Manaus.
O plano de reabertura irá passar por quatro: o primeiro a partir de 1? de junho; o segundo em 15 de junho; o terceiro em 29 de junho e o quarto a partir de 6 de julho. De acordo com o governo, o avanço para cada etapa do ciclo dependerá da curva de casos do novo coronavírus na capital.
No primeiro ciclo poderão abrir: igrejas e templos (30% de ocupação, com eventos de 01 hora de duração e intervalo de, no mínimo, 05 horas entre um vento e outro); lojas de artigos esportivos e bicicletas (venda e reparo); lojas de artigos para casa; lojas de vestuário, acessórios e calçados; lojas de móveis e colchões; atendimento presencial, médico e odontológico, sujeito a agendamento prévio; Joalherias e relojoarias; comércio de artigos médicos e ortopédicos; serviços de publicidade e afins; petshops; lojas de variedades; agências de turismo; concessionárias e revendas de veículos em geral; óticas; floriculturas
bancas de revista em logradouros públicos.
No terceiro ciclo poderão abrir: lojas de informática, comunicação, telefonia e materiais e equipamentos fotográficos; lojas de brinquedos; livrarias e Papelarias; ojas de departamentos e magazines; restaurantes, cafés, padarias e fast-food, para consumo no local; comércio de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal; lojas de eletrodomésticos, áudio e vídeo; comércio de animais vivos; comércio de bijuterias e semijoias; comércio especializado de instrumentos musicais e acessórios; comércio de equipamentos de escritório; escritórios contábeis; escritórios de imobiliárias; assistência Técnica de eletrônicos, eletrodomésticos e demais itens; bancas de jornais e revistas em espaços internos.
No terceiro ciclo poderão abrir: lojas de artesanatos e souvenirs; cabeleireiros, barbearias e outras atividades de tratamento de beleza; comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes; academia e similares; comércio varejista de artigos de caça, pesca; comércio de fogos de artifícios e artigos pirotécnicos; comércio varejista de armas e munições; stands de vendas de imobiliária; reabertura de parques públicos, aparelhos urbanos e visitas a atrações turísticas.
De acordo com o plano do governo, as exceções ficam para bares, casas de shows e eventos. Para essas atividades, ainda não há data. Já escolas das redes municipais, estadual e federal, ainda estão à definir.
Algumas cidades como Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal já aderiram à flexibilização da quarentena.
Em Curitiba, igrejas e shoppings centers, já voltaram a funcionar. Nos locais, no entanto, há novas regras e cartazes para que impedir a disseminação do novo coronavírus.
Já em Belo Horizonte, voltaram a funcionar salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas. Contudo, nesta sexta-feira (29), a prefeitura da cidade decidiu não ampliar a reabertura do comércio. A decisão foi anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD).
No Distrito Federal, desde a quarta-feira (27) voltaram a funcionar shoppings centers, centros comerciais e o comércio em geral.