A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (23) o registro definitivo da vacina da Pfizer/Biontech contra o coronavírus para poder comercializá-la e usá-la de forma generalizada, embora o imunizante ainda não esteja disponível no país.
Segundo a Anvisa, é o "primeiro registro de vacina contra a covid-19 de uso amplo, nas Américas".
O Brasil realiza sua campanha de vacinação com a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e com a produzido pela Oxford/Astrazeneca, ambas aprovadas pela Anvisa apenas para uso emergencial em grupos prioritários.
- Mais de 5,9 milhões de pessoas já receberam a 1ª dose da vacina, aponta consórcio
- Presidente da Argentina está na lista de beneficiados por escândalo das 'vacinas VIP'
- Com entendimento próximo, brasileiros poderão enxergar uma luz no fim do túnel, que pode ser a vacina
- Butantan completa 120 anos com entrega de 3,4 milhões de doses da vacina contra a covid-19
- Covid-19: Câmara pode votar nesta terça-feira MP que facilita compra de vacinas
- Anvisa aprova uso definitivo da vacina da Pfizer contra a covid-19
- Presidente do Senado apresenta projeto para que vacinas compradas pela iniciativa privada sejam doadas ao SUS
A agência acrescentou que a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer com a alemã BioNtech "teve sua segurança, qualidade e eficácia aferidas e atestadas".
"Esperamos que outras vacinas estejam, em breve, sendo avaliadas e aprovadas", completou o comunicado.
O governo do presidente Jair Bolsonaro negocia desde o ano passado com a Pfizer a compra de dezenas de milhões de doses, mas as conversas estão travadas pela exigência de que o laboratório farmacêutico fique isento de responsabilidade a respeito de eventuais efeitos colaterais.
Em dezembro, Bolsonaro, um cético do coronavírus com uma gestão da pandemia muito questionada, tentou fazer piada com a cláusula ao insinuar que a Pfizer não queria ser responsabilizada se a vacina transformasse as pessoas em "jacarés".
Apenas Brasil, Argentina e Venezuela se negaram a aceitar a cláusula, segundo um parlamentar brasileiro.
A aprovação do registro definitivo acontece no momento em que o Brasil, o segundo país mais afetado pela covid-19 no mundo, com 247.000 mortes, vive uma segunda onda dramática da pandemia, com a média de mais de 1.000 mortes por dia durante semanas e uma lenta campanha de vacinação.
Mais de seis milhões de pessoas foram vacinadas até o momento no Brasil, o que corresponde a 2,8% dos 212 milhões de habitantes.
Embora seja reconhecido internacionalmente por sua capacidade de organizar campanhas de imunização em larga escala, o Brasil iniciou a campanha de vacinação depois de outros países latino-americanos e de forma muito gradual, com prioridade para os profissionais de saúde, idosos e população indígena.
Veja a íntegra da nota da Anvisa:
"Como Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, informo com grande satisfação que, após um período de análise de dezessete dias, a Gerência Geral de Medicamentos, da Segunda Diretoria, concedeu o primeiro registro de vacina contra a Covid 19, para uso amplo, nas Américas.
O imunizante do Laboratório Pfizer/Biontech teve sua segurança, qualidade e eficácia, aferidas e atestadas pela equipe técnica de servidores da Anvisa que prossegue no seu trabalho de proteger a saúde do cidadão brasileiro.
Esperamos que outras vacinas estejam em breve, sendo avaliadas e aprovadas.
Esse é o nosso compromisso." Diretor-presidente Antonio Barra Torres.