Um levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) a partir de 640 exames positivos para o coronavírus identificou que 31,7% das infecções foram causadas pela variante ômicron. Feito em parceria com os laboratórios Dasa e DB Molecular, a análise considerou 30,4 mil testes RT-PCR realizados pelos laboratórios em 16 estados brasileiros durante os dias 1º e 25 de dezembro.
Entre os testes positivos, 203 (31,7%) indicaram a presença da variante ômicron em oito Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Santa Catarina e Tocantins.
O porcentual da ômicron em relação às amostras positivas vem subindo dia após dia. Na última semana, 40% das infecções analisadas eram causadas pela variante. No dia 25, essa relação chegou a 75%.
Balanço do Ministério da Saúde divulgado na segunda-feira (27) registra a confirmação oficial de 74 casos de ômicron no País. Há outros 116 em investigação.
Para o diretor-presidente do ITpS, Jorge Kalil, os dados servem de alerta para os próximos dias, com as festas de réveillon. "É preciso lembrar que a pandemia não acabou", disse. "É urgente que os brasileiros completem o ciclo de vacinação contra a covid-19, incluindo a dose de reforço, e não abandonem a máscara, a higiene das mãos e o distanciamento social".
Kalil também ressaltou a necessidade de se prevenir para evitar a piora da pandemia no momento em que o País vive surtos do vírus da gripe H3N2, que também pressiona o sistema de saúde.
Como a ômicron é identificada
A ômicron tem diversas mutações e deleções (remoções de fragmentos de genes), e uma em particular afeta os códons 69 e 70 do gene S (linhagem ômicron BA.1). Quando esse trecho do gene S não é identificado no teste RT-PCR Especial, é possível indicar que se trata da ômicron.