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Morre menina imprensada por carro alegórico após desfile na Sapucaí, no Rio de Janeiro

Garota de 11 anos já havia perdido uma das pernas após o acidente, que aconteceu na dispersão do Sambódromo

Cadastrado por

Ana Maria Miranda

Publicado em 22/04/2022 às 13:08 | Atualizado em 22/04/2022 às 13:09
Menina teria subido no carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora na saída do Sambódromo, quando aconteceu o acidente - FABIO MOTTA/RIOTUR
Com Estadão Conteúdo
 
Morreu nesta sexta-feira (22) a menina de 11 anos que precisou ter a perna amputada nessa quinta-feira (21) após ser imprensada em um acidente com um carro alegórico no Sambódromo do Rio de Janeiro.
 
O acidente aconteceu na dispersão do Sambódromo, no primeiro dia de desfiles da Série Ouro. A garota teria subido no carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora na saída do Sambódromo, na Rua Frei Caneca, enquanto a mãe observava a passagem de outras agremiações na avenida.
Pouco depois, o veículo passou em um trecho estreito e as pernas da menina foram prensadas entre a alegoria e um poste.
A menina foi socorrida em um posto médico montado na Marquês de Sapucaí, e em seguida levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde precisou amputar a perna. Ela passou por uma cirurgia que durou cerca de sete horas. Durante o procedimento, teria sofrido ainda uma parada cardiorrespiratória, que naquele momento foi revertida pelos médicos.
Na quinta-feira (21), a mãe da garota, que está grávida de três meses, disse ao SBT que as pessoas viram que a filha estaria sentada na traseira do carro alegórico. "Ela caiu no chão quando eles puxaram (o carro alegórico)". Ela chegou a passar mal ao saber do acidente. A tia da menina, Rosana Silva, também concedeu entrevista dizendo que esperava que ela "saísse dessa".
 

Violação de normas de segurança

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) acredita que o desfile de escolas no Sambódromo do Rio violou normas de segurança que haviam sido determinadas com antecedência pela Justiça. Em março, o Ministério Público enviou um documento com recomendações de segurança aos organizadores do desfile.
Mesmo antes da morte da garota, a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude da Capital já havia informado que vai ajuizar ação civil pública por causa da violação das determinações feitas com antecedência, inclusive a que alertava sobre a presença de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade como "quedas de carros alegóricos e outros transtornos".
 
Após o acidente com a menina, a entrada dos desfiles da Série Ouro precisou ser adiada por cerca de uma hora, devido à perícia da Polícia Civil. A via ficou interditada durante este período.
 
Depois do acidente, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) emitiram nota em solidariedade à menina. Em 2017, um acidente com o carro alegórico da Paraíso do Tuiuti deixou ao menos 20 feridos.
 
No primeiro dia do Carnaval do Rio, sete escolas de samba se apresentaram.

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