Descaso

CHUVAS: Com mortes em Pernambuco, Brasil teve mais de 500 óbitos em temporais desde o fim de 2021

Além de fenômenos climáticos, há falta de estrutura urbana e déficit habitacional, que leva os mais vulneráveis a ocupar áreas de risco

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 31/05/2022 às 13:10 | Atualizado em 31/05/2022 às 16:15
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Com informações do Estadão Conteúdo

Após as mortes em decorrência dos deslizamentos de barreira em Pernambuco, o Brasil já contabiliza, ao menos, 516 mortes por temporais desde o fim de 2021.

Só em Pernambuco foram registrados 100 até esta terça-feira (30), de acordo com a Secretaria de Defesa Social do Estado e o número, infelizmente, tende a aumentar, visto que ainda há desaparecidos.

Além do fenômeno climático La Niña neste ano, especialistas já falam em mais eventos extremos com o aquecimento global.

Quando a chuva vai diminuir em Pernambuco?

Somados a isso estão a falta de estrutura urbana e o déficit habitacional, que leva os mais pobres a ocupar áreas de risco, como encostas e beiras de córregos.

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Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Deslizamentos de barreiras na Vila dos Milagres no Bairro do Ibura - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Mortes

O balanço é do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que registra regularmente os casos desde o início do período mais chuvoso, no caso mais recente desde dezembro. O relatório apontava 421 mortes até sexta-feira.

Depois, mais óbitos foram confirmados em Pernambuco. Ainda há 16 desaparecidos, de acordo com o governo estadual, e quase 6,2 mil desabrigados. Os temporais desde a semana passada afetam principalmente a região metropolitana do Recife, a Zona da Mata pernambucana e o estado de Alagoas.

De acordo com reportagem do Estadão, se contar a partir do início de dezembro do ano passado, mostram os dados da pasta, o Rio de Janeiro é o Estado com mais perdas: 256, a maioria (238) em Petrópolis.

A meteorologista Ana Maria de Ávila, da Unicamp, explicou que as chuvas no Nordeste estão na época normal, mas em volume atípico. "Tivemos também uma frente fria com grande massa de ar polar que passou pelo Sudeste e teve trajetória que acabou se estendendo até o Nordeste", explica.

O que se vê este ano no Nordeste não pode ser diretamente colocado na conta do aquecimento global, diz Tércio Ambrizzi, professor de Ciências Atmosféricas da USP, mas a sequência de eventos extremos, sim.

"Da década de 1990 em diante, quando o aquecimento se tornou mais evidente, estes casos passaram a ser mais frequentes", afirma. "Já aconteceram em outros lugares do País neste ano e as cidades não estão preparadas para as mudanças climáticas. Não é só o Recife."

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