No período entre setembro e março, o litoral brasileiro recebe posturas de ovos de tartarugas de várias espécies. Cada animal, a depender da espécie, desova de três a seis vezes durante este período. A ocasião necessita um cuidado especial por parte dos banhistas e dos pescadores, o que nem sempre é respeitado. Na última semana, duas tartarugas chegaram à costa pernambucana para desovar, mas o descuido e a negligência fizeram com que as histórias tivessem fins diferentes.
Na manhã desta quinta-feira (12), por volta das 5h, uma tartaruga da espécie cabeçuda chegou morta ao litoral de Pau Amarelo, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Segundo Adriano Artoni, a causa da morte foi afogamento em rede de pesca. O animal encalhou em uma rede e foi levado pelas ondas para a praia. A tartaruga tinha em seu corpo um anel do Projeto Tamar de Salvador, com número de identificação BR68114. A Secretaria de Meio Ambiente da cidade foi acionada, que tomou as providências para o recolhimento da tartaruga.
Na madrugada da última quarta-feira (11), uma tartaruga-de-pente desovou na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Pela espécie, aproximadamente 130 ovos foram depositados na areia. O animal, com mais de 70 cm de comprimento e pesando 40 kg, chegou à praia pela segunda vez. O motivo da volta foi que, na primeira tentativa, um dia antes, a tartaruga não conseguiu colocar os ovos. O ambientalista voluntário do Ibama Adriano Artoni orienta que os banhistas e pescadores tenham cuidado e dêem espaço para os animais desovarem. "Muitos curiosos atrapalham, é preciso manter distância e deixar a tartaruga colocar os ovos na praia", explicou. O ninho está sendo monitorado pela Secretaria de Meio Ambiente do Recife.
Da mesma forma que a tartaruga-de-pente, a cabeçuda iria depositar seus ovos na praia. Ambas as tartarugas estão ameaçadas de extinção. É importante ressaltar que o furto ou o vandalismo de ninhos de tartaruga é considerado crime ambiental, com multas que podem chegar a R$ 5 mil por cada ovo danificado ou roubado.