Durante passagem por Pernambuco, na manhã desta terça-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (NOVO), reafirmou, em entrevista coletiva na sede da Capitania dos Portos no Estado, que o vazamento de óleo em praias do Nordeste não podem ser alvo de polêmicas e politização. "Esse não é o momento de polemizar e politizar, mas de unir esforços e resolver o problema, e é isso que nós estamos fazendo", falou Salles, que chegou a discutir com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), por causa de limpeza das praias.
O ministro disse ainda que o momento é de trabalhar e achar solução para o problema, recolhendo e destinando o óleo de forma adequada, além de investigar as causas do que chamou de incidente. "Todo esse trabalho é um trabalho de todos", pontuou.
Questionado sobre a fala do governador Paulo Câmara (PSB) de que as ações do governo Bolsonaro eram de "improviso", o ministro rebateu. "Nós não estamos perdendo tempo com discussões que não são, efetivamente, para resolver o problema, para recolher e destinar, e continuar monitorando, investigando as causas desse incidente", afirmou.
Salles afirmou também que a pasta que comanda firmou parceria com fábricas de cimento para que óleo recolhido seja usado na indústria. "Há três semanas, o Ministério estabeleceu com a indústria cimenteira uma linha de ação para destinar todo esse volume de óleo e ele poderá ser,portanto, incinerado e, assim, ter dada a destinação adequada", falou.
Por esse acordo, o ministro protagonizou um momento de 'climão' com o secretário estadual de Meio Ambiente, José Bertotti (PCdoB). Em um determinado momento o secretário disse ao ministro que há 237 toneladas de óleo no Centro de Tratamento de Resíduos em Pernambuco (CTR), localizado em Igarassu, e que a equipe do Ministério do Meio Ambiente poderia ir buscar o material. “Buscar eles não vão”, respondeu Salles num tom nada amistoso.
Após o episódio, os dois participaram de uma reunião a portas fechadas que durou apenas 10 minutos.
Ricardo Salles disse que a Petrobras recolheu amostras do material e que foi "detectada a coincidência desse óleo encontrado no litoral brasileiro com o óleo específico da Venezuela". "Inclusive de dois ou três poços que são as potenciais origens desse óleo. Isso não quer dizer que esse óleo veio vazando até aqui. Simplesmente, de que é um óleo extraído de poços venezuelanos", ressaltou.
Aos jornalistas, o ministro disse que o governo federal "não deixou de adotar nenhuma medida" e "envidou todos os esforços e continua fazendo isso" para conter as manchas de óleo.
"O governo federal desde do início das manchas (de óleo), no começo de setembro, colocou todas as equipes do Ibama, Marinha, Petrobras, ICMBio, todos dedicados a reconhecer, fazer o monitoramento dessas mancha e o recolhimento. A Marinha do Brasil desde do início em contato com outras guardas marinhas de outros países para fazer o reconhecimento e a identificação da origem desse óleo. Fizemos também as análises laboratoriais desde do início, fizemos a correlação com aqueles barris que apareceram na costa", disse o ministro.
Segundo o chefe da pasta do Meio Ambiente, há apenas um ponto com resíduo de macha sendo retirado após vistoria o litoral do Estado e que um "grande efetivo da Marinha, da Aeronáutica, do Exército, da Defesa Civil, do Ibama, e de voluntários" trabalham para retirar o material. O ministro ainda agradeceu o trabalho dos voluntários.