O cenário de abandono em que se encontra o Largo da Santa Cruz, no bairro da Boa Vista, região central do Recife, promete dar lugar a um espaço arborizado com ipês rosas. O projeto faz parte de um termo de compensação acertado entre a Prefeitura do Recife e a Construtora Machado Guimarães. O traçado já foi aprovado e prevê a construção de uma praça no local onde permanece hoje a carcaça de um posto de gasolina fechado há cerca de dois anos. A nova área de lazer terá 180 metros quadrados e seis bancos para descanso e contemplação. O piso da praça será de pedra jacobina. O colorido e a sombra ficarão por conta de três ipês rosas que serão plantados no local.
O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, afirmou que a prefeitura não precisará recorrer aos cofres públicos para execução da obra. "Todos os custos serão bancados pela construtora. Precisamos agora acertar os detalhes finais para definir o prazo para início dos serviços", disse. Segundo João Braga, o impasse em relação à retirada dos tanques do antigo posto de gasolina foi resolvido. "Inicialmente foi sugerida a retirada dos reservatórios, mas diante dos riscos, foi realizada a inertilização dos tanques e eles permanecerão no local", explicou o secretário.
Apesar da importância histórica, o Largo da Santa Cruz sofre com o descaso do espaço público. A fiação exposta denuncia a falta de manutenção da área. Há relatos de violência, como tentativas de arrombamento de estabelecimentos comerciais. A maior parte do casario que circunda o pátio secular está pedindo socorro. Apenas um imóvel, entre os cerca de dez sobrados que existem no local, vem sendo recuperado. Construída em 1716, a Igreja de Santa Cruz foi recentemente reformada, mas segundo comerciantes do pátio, é pouca visitada porque fica a maior parte do tempo fechada.
Um dos imóveis mais importantes da área, o prédio da Associação de Ex-combatentes do Brasil, também exige reforma urgente. Em processo de tombamento por parte da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o edifício aguarda há anos por reforma estrutural. Um projeto de revitalização já foi aprovado, mas faltam recursos.