Mais uma manhã de tensão no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. O princípio de tumulto teria sido motivado pelo atraso na entrada dos familiares dos presos para visita, que pode ser explicada pela operação padrão iniciada pelos agentes penitenciários. Quatro detentos ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital Otávio de Freitas; dois deles chegaram desacordados, em estado grave. Um detento, identificado como David Bezerra dos Santos, morreu durante o motim.
Tiros foram disparados no local, e os agentes penitenciários demoraram para conseguir organizar a entrada dos familiares para a visita deste sábado. Nesta manhã, em entrevista à Rádio Jornal, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, negou qualquer informação sobre morte no Complexo Prisional do Curado. O batalhão de Choque, o Corpo de Bombeiros e a Rádio Patrulha estão no local.
Na sexta-feira (30), o esquadrão anti-bombas da Polícia Militar foi acionado para desativar uma possível bomba instalada dentro do presídio Frei Damião de Bozzano, uma das unidades do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Segundo a PM, bananas de dinamite foram colocadas na altura do Posto E e Posto R do complexo.
CRISE - Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.
O sistema prisional do Estado é proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.