Prédio do Seminário de Olinda é interditado sob risco de desabamento

Os 55 seminaristas e 4 padres que moram no prédio têm duas semanas para sair deixar o local
Do JC Online
Publicado em 28/05/2015 às 11:20
Os 55 seminaristas e 4 padres que moram no prédio têm duas semanas para sair deixar o local Foto: Foto: Divulgação


A Igreja e o Seminário Nossa Senhora da Graça, mais conhecido como Seminário de Olinda, no sítio histórico da cidade, foram interditados na manhã desta quinta-feira (28), pela Defesa Civil de Olinda. Segundo a secretária executiva da Defesa Civil, Kátia Marsol, o piso da igreja está com deformações no trecho central. Além disso, o assoalho do primeiro andar do Seminário está com cupins. No térreo, um jardim de inverno está provocando infiltrações e trincando o piso do terraço, ao redor dos quartos. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) acompanhou a interdição. O imóvel deve ser desocupado em até 15 dias.

Ainda de acordo com Marsol, os danos encontrados no Semínário e na Igreja se enquadram no grau 4 da escala de risco definida pelo Istituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), configurando grande perigo para os frequentadores do local. O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, informou que os 55 seminaristas e 4 padres que moram no imóvel serão transferidos para o Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. "Vamos reservar todo o primeiro andar do Centro para colocar os seminaristas enquanto a obra emergencial está em execução", explicou. 

De acordo com o reitor do Seminário de Olinda, padre João Bosco, a interdição do prédio já era esperada pela Arquidiocese. "Havia uma expectativa de que isso fosse acontecer, porque desde o momento em que a Defesa Civil esteve aqui, à pedido da Arquidiocese de Olinda e Recife, essa hipótese foi levantada", contou. O prédio devem passar por restaurações e, posteriormente, deve passar por nova vistoria, antes de ser reaberto.

Palco de grandes acontecimentos sociais, políticos e religiosos do Estado, a última grande reforma realizada no local, que funciona desde 11 de fevereiro 1800, aconteceu em 1970. "Estamos no ponto mais alto de Olinda e há uma falta de cuidado maior com o nosso patriômio. O prédio tem pressa. Mas o sentimento de deixar o Seminário é também de esperança, esperança que os órgãos públicos olhem para esse patrimônio de Olinda", disse o religioso. A histórica Igreja de Nossa Senhora da Graça faz parte do Seminário. O prédio é tombado pelo patrimônio histórico e artístico da Unesco.

O superintendente do Iphan-PE, Frederico Faria, afirmou que a obra emergencial está orçada em 3 milhões e 704 mil reais. "Esse dinheiro é necessário para que a gente possa finalizar as obras emergenciais e elaborar os projetos complementares". Frederico ressaltou que a preocupação é estabilizar toda a parte comprometida e possibilitar o restauro completo da edificação. Os recursos, no entanto, ainda não estão garantidos. Segundo o superintendente, há propostas de sensibilização para empresários de acordo com a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), de modo que os empresários que colaborarem, possam receber abatimento do imposto de renda. 

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