Menos ônibus nas ruas nesta terça-feira devido à greve dos motoristas e cobradores

Justiça determinou que 70% dos coletivos circulem hoje. Rodoviários garantem que haverá ônibus, sem especificar quantos
Do JC Online
Publicado em 14/07/2015 às 5:59
Justiça determinou que 70% dos coletivos circulem hoje. Rodoviários garantem que haverá ônibus, sem especificar quantos Foto: Foto: Edmar Melo/ JC Imagem


Dois milhões de pessoas que utilizam ônibus no Recife e Região Metropolitana e que já sofrem diariamente com o transporte público contarão hoje com menos coletivos nas ruas. Rodoviários entram em greve a partir da 0h, por tempo indeterminado. Garantem que haverá veículos para atender a população, sem especificar quantos. Mas a Justiça determinou, atendendo a um pedido dos empresários de ônibus, que pelo menos 70% da frota, o que significa 2.100 coletivos, circulem nos horários de pico, entre 6h e 9h e das 16h às 20h. Nos demais horários, 50% devem atender os usuários do Grande Recife. Caso a decisão judicial seja descumprida, o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco será multado em R$ 50 mil, por dia.

Presidente do Tribunal Regional do Trabalho no Estado, a desembargadora Gisane Barbosa de Araújo acatou parcialmente o pedido de liminar do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Integrados (Urbana-PE). A entidade requereu à Justiça que proibisse a realização de piquetes por parte dos rodoviários, pleito negado pela magistrada. O sindicato queria também que a multa diária fosse de R$ 100 mil.

Os motoristas de ônibus, cobradores e fiscais rejeitaram em assembleia, sexta-feira passada, a proposta patronal de reajuste de 9,5% nos salários e de 27% no tíquete-alimentação. Atualmente, eles ganham, respectivamente, R$ 1.765, R$ 812 e R$ 1.141 e querem aumento de 12%. Caso tivessem aceitado o índice dos patrões, motoristas passariam a ganhar R$ 1.933, cobradores R$ 889 e fiscais R$ 1.250. O tíquete-alimentação hoje é de R$ 188. Os empresários de ônibus se dispõem a pagar R$ 220, mas os rodoviários querem R$ 300.

“Para julgar o direito do trabalhador, a Justiça demora. Quando é do interesse dos patrões, é ágil. Fomos notificados da decisão do TRT. O que posso assegurar é que vai ter ônibus nas ruas para atender a população. Mas a lei de greve não especifica o percentual que temos que cumprir. Diz apenas que os serviços essenciais devem ser mantidos e isso vamos garantir”, destacou o assessor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Genildo Pereira.  O sindicato informou que vai recorrer da decisão judicial.

O presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, disse que a notícia da paralisação pegou os empresários de surpresa. “Estamos negociando com a categoria desde junho. Em momento nenhum os representantes apresentaram sinais de insatisfação com as propostas. A greve é resultado de um conflito interno político-eleitoral. Agora, com a deflagração do movimento, retiramos todos os pontos negociados. Caberá ao TRT julgar o dissídio coletivo. Isto deve ocorrer ainda esta semana”, enfatizou Fernando Bandeira.

O Grande Recife Consórcio de Transporte informou que fiscais do órgão estarão nas garagens das empresas de ônibus para avaliar e acompanhar o quantitativo de veículos que vão operar. Haverá prioridade no atendimento de linhas que circulam pelos principais corredores do Grande Recife como as Avenidas Guararapes, Norte, Mascarenhas de Morais, Abdias de Carvalho e Caxangá, na capital, e Presidente Kennedy, em Olinda. Também na PE-15 e na BR 101–Norte. O Metrorec só vai reforçar o quantitativo de trens nos horários de pico (5h30 às 8h30 e das 17h às 20h) se houver necessidade.

Por causa da greve dos rodoviários, não haverá aulas hoje, no Recife, nas Universidades Federal (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), nos três turnos. A Rural também suspendeu as atividades no câmpus do Cabo de Santo Agostinho e no Codai, em São Lourenço da Mata, na RMR.

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