Pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), em Santo Amaro, área central do Recife, e acompanhantes que moram no interior do Estado poderão contar, a partir desta segunda-feira (20), com uma casa de apoio exclusiva em Olinda, na Região Metropolitana. A Casa de Mirella foi inaugurada na última quarta-feira (15) por voluntários da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer de Pernambuco e terá capacidade para atender 40 pessoas.
O local é voltado exclusivamente para pessoas em tratamento no HCP, um diferencial das outras casas de apoio que não abrigam apenas pacientes com câncer. “Até agora, os pacientes do HCP se dividiam em casas que não eram direcionadas para eles. Isso não é adequado por causa da imunidade necessária ao tratamento do câncer. Aqui, eles terão acolhimento com suporte de uma técnica de enfermagem voluntária e de uma equipe multiprofissional do hospital”, explica Maria da Paz Azevedo, coordenadora da Rede Feminina.
Com dois quartos (feminino e masculino), dois banheiros com acessibilidade, cozinha, refeitório, lavanderia, sala de leitura, área de recreação e escritório, o imóvel fica localizado na Rua Frei Afonso Maria, em Amaro Branco, e tem vista para o mar de Olinda. A ex-paciente do hospital e voluntária da Rede Janine Guerra acredita que a proximidade da praia pode ajudar no bem-estar e recuperação das pessoas com câncer. “Tenho uma história com a doença e atuo na área de auxílio a pacientes terminais. Sei que pequenas coisas, como o contato com a natureza, podem melhorar a autoestima das pessoas e renovar as esperanças”, afirmou.
A casa passou mais de dois anos em obras de restauração e adaptação aos pacientes. Tudo com a ajuda de voluntários do hospital. A diretoria do HCP também vai contribuir com profissionais de saúde e ambulâncias à disposição para o deslocamento entre a casa e a unidade médica. “A casa é de extrema grandeza para o HCP. A nossa demanda é grande e há pacientes que vem de lugares muito distantes”, detalhou o superintendente do HCP, Hélio Fonseca. “Considero a Casa de Mirella uma extensão do próprio hospital. Poderemos, agora, abrigar e tratar uma quantidade maior de pessoas”, comemorou Fonseca.
O imóvel, contudo, tem uma longa história: durante anos funcionou como um abrigo para crianças. Foi doado por um casal, Céres e Edson, à Rede Feminina. Eles são pais de Mirella, 10, que morreu há 32 anos, eletrocutada numa piscina. O trágico acidente motivou o casal a ajudar pessoas carentes e realizar trabalhos voluntários. “Do exemplo de sua vida e da dor da saudade, nasceu a Casa de Mirella”, diz um cordel que conta a história dos ex-proprietários e do nome do lugar.
Os interessados em contribuir com a iniciativa podem fazer doações no local ou na recepção do HCP. Para entrar em contato, basta ligar para 3217-8236.