Albanita: a restauradora de bonecas

A festa do Natal tem o dom de despertar o espírito de solidariedade entre as pessoas. E isso é bom. Mas tem gente que ajuda a quem precisa o ano inteiro. E isso é melhor ainda. Neste domingo (20) o Jornal do Commercio publica a história de cinco personagens que aprenderam a se colocar no lugar do outro, independentemente de datas festivas, começando por Albanita Aguiar, a restauradora de bonecas. Nas próximas reportagens, conheça as histórias de Graça Melo, Maria da Paz Azevedo, Raquel Flinker e Samuel Wyatt Wells
Cleide Alves
Publicado em 20/12/2015 às 8:08
A festa do Natal tem o dom de despertar o espírito de solidariedade entre as pessoas. E isso é bom. Mas tem gente que ajuda a quem precisa o ano inteiro. E isso é melhor ainda. Neste domingo (20) o Jornal do Commercio publica a história de cinco personagens que aprenderam a se colocar no lugar do outro, independentemente de datas festivas, começando por Albanita Aguiar, a restauradora de bonecas. Nas próximas reportagens, conheça as histórias de Graça Melo, Maria da Paz Azevedo, Raquel Flinker e Samuel Wyatt Wells Foto: Foto: Fernando da Hora/JC Imagem


Artesã e professora de português e literatura, Albanita Aguiar descobriu-se também, 15 anos atrás, uma restauradora de bonecas. Não daquelas que cobram pelo serviço. Mas das que fazem somente pelo prazer de ajudar a quem precisa. A história começou quando ela consertou o brinquedo da neta de uma parenta, destruído pelo cachorro, em Brejo da Madre de Deus, no interior de Pernambuco.

“Minha tia, a avó da garota, gostou do resultado e me propôs ajeitar outras que tinha em casa, para doar a crianças carentes da cidade. Algumas meninas choravam quando recebiam o presente, porque nunca tiveram uma boneca”, conta Albanita, 72 anos. De volta ao Recife, ela acionou filhos, amigos e vizinhos, pediu brinquedos quebrados, retalhos e aviamentos e passou a consertar as bonecas.

Quando já tinha mais de 300, levou para o Hospital Infantil Maria Lucinda e distribuiu com as pacientes. Depois, fez outra entrega no Núcleo de Apoio à Criança com Câncer. “Lembro de uma das meninas que não queria pegar a boneca de jeito nenhum. Quando perguntei a razão, ela disse que a mãe não poderia pagar. Ouvir isso, é de cortar o coração.”

Aposentada da função de professora, Albanita recupera as bonecas o ano todo, no terraço de casa onde mora, no Barro, Zona Oeste do Recife, sem se prender a datas festivas. “Em cada peça eu deixo muito carinho e amor. Tenho a satisfação pessoal de ser útil de alguma maneira e de ter contagiado a família e os amigos nessa ação solidária. Todos colaboram. Minhas vizinhas me acompanham na distribuição dos brinquedos”, relata.

 

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