Moradores e visitantes do Recife irão desfrutar de mais um recanto que vivia escondido às margens do Rio Capibaribe, no Centro da cidade. É que até o fim de outubro de 2016 a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Sustentabilidade (Smas) promete inaugurar a Estação Ecoturística Cais do Imperador, na Avenida Martins de Barros, no bairro de Santo Antônio.
A estação ecoturística ocupa um terreno de quase 700 metros quadrados de área que se debruça sobre o Capibaribe. “Essa é uma característica singular, é o único espaço no Centro que avança sobre o rio”, destaca Romero Pereira, secretário-executivo de Unidades Protegidas da Smas. Do cais, avista-se garças, pescadores em atividade, pontes e a paisagem histórica dos bairros do Recife, Santo Antônio e São José.
Iniciada em julho de 2015, a obra estava prevista para ser executada num prazo de seis meses e a estação entraria em funcionamento a partir de janeiro de 2016. Mas a abertura foi adiada para agosto. E teve de ser novamente remarcada. “Pretendemos fazer a inauguração dia 15 de outubro, no mais tardar até o dia 20”, afirma o arquiteto Romero Pereira.
Segundo ele, a obra civil está pronta e falta apenas a Deltaexpresso (escolhida por chamamento público) concluir a instalação do café-bar – o equipamento âncora do Cais do Imperador – para os tapumes que cercam o espaço serem removidos. “O café terá um detalhe a mais porque também vai servir chope”, declara o arquiteto. “A pessoa pode sair do trabalho e aproveitar o local na melhor hora, o fim da tarde”, comenta.
Orçada em quase R$ 900 mil, a obra foi executada com recursos do Fundo de Compensação Ambiental (pago por empreendimentos geradores de impacto na natureza) depositados pela Faculdade Boa Viagem, Moura Dubeux Engenharia e Uninassau. Uma exposição permanente – quatro painéis com texto e fotos – contará ao público a história do cais, reformado em 1859 para a visita do imperador Pedro II a Pernambuco.
Romero informa que a estação funcionará todos os dias. Lá, o visitante encontrará pracinha com escadaria para sentar-se e contemplar a paisagem. “Essa pequena arena será usada para eventos, como atrações musicais, lançamento de livros e atividades ambientais, pela Smas e pelo café”, diz.
O Cais do Imperador terá bicicletário e, numa etapa posterior, a Smas pretende instalar um píer para atracação do barco-escola da prefeitura e do catamarã. Caberá à prefeitura gerenciar a estação ecoturística. E o café-bar ficará encarregado da manutenção, limpeza e conservação de todo o espaço.
Enquanto o novo espaço vai nascendo, do outro lado da ponte o Museu a Céu Aberto do Bairro do Recife continua à espera de reparos. Situado entre a Avenida Alfredo Lisboa e a Rua Barão Rodrigues Mendes, o monumento encontra-se com vidros quebrados no guarda-corpo e pichado. Do painel informativo resta só a madeira.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife, responsável pela manutenção do museu, informa que um projeto de recuperação está em andamento. “As melhorias vão incluir a produção e reposição do painel informativo, além do reparo no guarda-corpo”, diz o texto da nota.
O Museu a Céu Aberto foi inaugurado em março de 2007 para expor achados arqueológicos do Recife, dos séculos 17 e 19. No local, há um pedaço da muralha de pedra erguida no período holandês (1630-1654) para proteger a cidade, restos da base do Arco do Bom Jesus (construção do século 17 demolida em 1850) e uma parte do dique de contenção do avanço do mar edificado no século 19.
Sem o painel, que trazia informações sobre os achados arqueológicos, o turista depende de um guia para traduzir o museu. “O painel tinha mapas e textos explicativos, mesmo sem um guia o visitante tinha como entender o que estava olhando. Do jeito que está, hoje, isso é impossível”, observa o guia José Carlos Antônio da Silva, que acompanhava um grupo de turistas no Museu a Céu Aberto segunda-feira passada (3). “Falta manutenção”, destaca.