Cano rompido pode ter causado deslizamento de barreira

Uma mulher e um adolescente morreram soterrados depois que a barreira destruiu parcialmente a casa em Dois Unidos
Da editoria de Cidades
Publicado em 31/05/2017 às 17:04
Uma mulher e um adolescente morreram soterrados depois que a barreira destruiu parcialmente a casa em Dois Unidos Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Um cano d’água rompido pode ter contribuído para o deslizamento da barreira que soterrou parcialmente uma casa no bairro de Dois Unidos, periferia da Zona Norte do Recife, provocando as primeiras mortes das chuvas este ano no Recife: matando a técnica em enfermagem Miriam Pereira dos Santos, 37 anos, e o sobrinho dela, o adolescente Deivid Pereira dos Santos, de 14. A tragédia aconteceu às 10h30 desta quarta-feira (31/5), na Rua Leônico Rodrigues, próximo ao terminal de ônibus do bairro. As duas vítimas ainda chegaram a ser socorridas, mas não resistiram aos ferimentos.

Moradores do local denunciaram que, no lugar de seguir para uma canaleta, a água do cano rompido estava caindo sobre a barreira, encharcando-a. Técnicos da Secretaria de Defesa Civil do Recife que estiveram no local, entretanto, afirmaram ser muito precipitado apontar as causas do deslizamento. “É possível que haja influência, mas é preciso investigar. É muito cedo para fazer qualquer afirmação”, ponderou Elaine de Holanda, gerente geral de engenharia da Defesa Civil.

É possível que haja influência, mas é preciso investigar. É muito cedo para fazer qualquer afirmação”, ponderou Elaine de Holanda, gerente geral de engenharia da Defesa Civil

As duas vítimas estavam em casa, quando a barreira destruiu parcialmente a parte traseira do imóvel. Miriam e Deivid Pereira dos Santos foram soterrados pelos escombros e socorridos pelo Corpo de Bombeiros, sendo levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Descoberta, também na Zona Norte, mas já chegaram ao local sem vida. Em cinco anos de gestão do prefeito Geraldo Júlio, cinco mortes em decorrência das chuvas foram registradas.

Em cinco anos de gestão do prefeito Geraldo Júlio, cinco mortes em decorrência das chuvas foram registradas

A área era monitorada pela Defesa Civil por ter risco de deslizamento e tinha recebido lonas de proteção recentemente. Familiares das vítimas chegaram a criticar, inclusive, a utilização de lonas como soluções paliativas. Mas a gerente geral de engenharia da Defesa Civil argumentou que o material ajuda muito a evitar tragédias. “Em 2016 colocamos três milhões de metros quadrados de lonas em 16 mil pontos de risco na cidade e não tivemos registros de deslizamentos. Elas funcionam sim”, reforçou Elaine Holanda.

Mortes no interior

Após um deslizamento de barreira no Sítio Cajueiro, na zona rural de Lagoa dos Gatos, no Agreste do Estado, foi registrada a morte de um casal. O acidente ocorreu nesse domingo (28) por causa das fortes chuvas registradas na região neste fim de semana. A outra vítima é um homem de identidade ainda desconhecida, pois a identificação só poderá ser feita pela família, após o término dos procedimentos de perícia do Instituto de Criminalística. O corpo foi encontrado na manhã dessa terça-feira (30) em um córrego no bairro Pinheirópolis, em Caruaru, também no Agreste.

Segundo a Polícia Militar, existe uma suspeita de que o cadáver seja do pedreiro Lucas José da Silva, 27 anos, que tentava tirar entulhos de uma tubulação que fica por trás de um bar quando foi puxado pela correnteza, no bairro Kennedy, zona rural de Caruaru, também no Agreste, na noite desse sábado (27). Além dessas três vítimas, ainda há uma mulher que está desaparecida. Identificada como Zineide, ela foi arrastada dentro de um carro ao tentar cruzar uma passagem molhada no bairro Caiucá, também em Caruaru, na noite desse sábado (27).

Desabrigados e desalojados

Segundo informação divulgada na noite dessa terça-feira (30) pelo governo de Pernambuco, 55.176 pessoas estão fora de suas casas após as cheias que atingiram o Estado na última semana. Deste total, 3.081 estão desabrigadas (perderam as casas) e 52.095 estão desalojadas (casas temporariamente sem condições de uso).

Ainda segundo o executivo estadual, até esta noite, 29 cidades haviam sido atingida pelas chuvas: São José da Coroa Grande e Escada, na Mata Sul; Bonito, Cupira e Gravatá, no Agreste; além dos 24 municípios que estão em situação de emergência (Caruaru, Ipojuca, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Primavera, Quipapá, Sirinhaém, Tamandaré, Xexéu, Belém de Maria, Gameleira, Palmares, Amaraji, Maraial, Ribeirão, Cortês, Barra de Guabiraba, São Benedito do Sul, Rio Formoso, Catende, Água Preta, Jaqueira e Barreiros).

 

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