As duas vítimas de um deslizamento de barreira na Linha do Tiro, Zona Norte da Capital, nessa quarta-feira (31), foram enterradas na tarde desta quinta (1º) sob clima de comoção no Cemitério de Santo Amaro, área Central da capital. Parentes da técnica de enfermagem Miriam Pereira dos Santos, de 43 anos, e do estudante David Pereira de Oliveira, 14, sobrinho dela, cobraram providências do poder público, mas ainda não sabem se entrarão ou não na Justiça contra o município.
"É muita tristeza e muita revolta. A prefeitura estava ciente do caso porque já haviam comunicado e nada foi feito. Houve um paliativo, que foi o que estragou. Duas vidas foram perdidas. Tem outras barreiras, outras famílias lá no mesmo risco. A prefeitura vai ter que esperar outras pessoas perderem a vida para fazer alguma coisa?", questionou Daniely Maria da Conceição, sobrinha de Miriam.
A técnica em enfermagem e o estudante limpavam o barro que caía no quintal das casas (são três em um mesmo terreno), quando a tragédia aconteceu. Segundo a Defesa Civil do Recife, os dois foram soterrados e socorridos pelo Corpo de Bombeiros por volta das 10h30. Eles chegaram a ser socorridos para a UPA de Nova Descoberta, mas, segundo a assessoria da unidade, chegaram já sem vida.
Moradores culpam um cano de águas pluviais entupido. Um incêndio registrado no início do ano na berreira teria danificado a estrutura, fazendo com que a água escorresse pela parede. A Defesa Civil foi acionada e, há uma semana, havia colocado lonas no local. O paliativo, no entanto, não foi suficiente para salvar a vida da tia e do sobrinho.