Os dois PMs envolvidos no caso Itambé serão indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A informação foi repassada durante coletiva pelo delegado Pablo Carvalho, da delegacia de Goiana, que preside as investigações e comunicou a conclusão do inquérito na manhã desta sexta-feira (2). A justificativa desse indiciamento se deve ao fato de nenhum dos dois ter treinamento para atirar com balas de borracha, sendo considerados imperitos.
"Eles nunca realizaram disparo de elastômero [bala de borracha], não tiveram treinamento para o uso. Foi o primeiro disparo que o soldado fez na vida de elastômero, então ele era imperito", afirmou o delegado.
Os PMs são o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior, de 32 anos, e o capitão Ramon Tadeu Silva Cazé, de 43 anos, que tem ainda o agravante de abuso de autoridade, por ter agredido a vítima após o tiro. Ramon, inclusive, foi quem deu a ordem para o disparo ser feito. A dupla pode ser expulsa da corporação a depender das investigações da Polícia Militar.
Edvaldo José da Silva dos Santos, de 19 anos, foi morto após ser atingido por um tiro de bala de borracha durante um protesto por mais segurança na cidade de Itambé, no último dia 17 de março. O tiro disparo foi feito por um policial. Edvaldo faleceu no último dia 11 de abril, após quase um mês de internação, no Hospital Miguel Arraes, em Paulista.
Após o tiro, Edvaldo foi jogado na caçamba de uma viatura. O método usado pelos PMs para conter as pessoas que participavam do ato chocou a população.