Clube Atlântico de Olinda é recuperado e reaberto ao público

Interditado em janeiro de 2017, por causa de problemas variados, o Clube Atlântico de Olinda volta a receber prévias carnavalescas
Cleide Alves
Publicado em 05/01/2018 às 8:08
Interditado em janeiro de 2017, por causa de problemas variados, o Clube Atlântico de Olinda volta a receber prévias carnavalescas Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


O Clube Atlântico de Olinda, construção quase centenária no bairro do Carmo, reabre as portas nesta sexta-feira (05/01) depois de passar um ano fechado por causa de avarias. Pintado de azul e branco, o prédio está pronto para receber novamente prévias e festas carnavalescas, agora com plano de segurança contra incêndio e pânico, como tinha sido solicitado pelo Corpo de Bombeiros Militar em janeiro passado.

Oficialmente, a reabertura do imóvel será às 9h, numa solenidade promovida pela prefeitura. A primeira festa após a obra de recuperação, a prévia carnavalesca do bloco Hoje a mangueira entra, está programada para começar às 20h. Amanhã é a vez do Boi da Macuca ocupar o Clube Atlântico de Olinda, também às 20h, e no domingo haverá prévia da Bateria Cabeluda e do Bloco Camburão da Alegria, às 12h.

“Consertamos as redes elétrica e hidráulica, recuperamos a coberta, o telhado e o muro, instalamos portões mais largos na entrada do prédio, abrimos um portão no muro de atrás do clube (com acesso pela beira-mar) e colocamos luz e sinalização de emergência”, enumera o secretário-executivo de Patrimônio de Olinda, Fred Nóbrega. A obra, iniciada em 13 de novembro de 2017, foi encerrada quinta-feira (04/01) e custou R$ 45 mil ao município.

Para executar o serviço, a prefeitura recorreu a 17 reeducandos do sistema prisional que atuam no Projeto Zeladoria do Patrimônio, nove trabalhadores da Defesa Civil do município e voluntários cedidos por blocos carnavalescos. “O corpo técnico de arquitetos e engenheiros é da Secretaria de Patrimônio”, informa Fred Nóbrega, acrescentando que a obra resgata traços de origem do prédio, inaugurado em 1920.

Uma prospecção identificou oito camadas de tinta na parede do Clube Atlântico de Olinda, que agora está pintada de branco com detalhes azuis, como antes. A pintura é à base de cal virgem. Cerâmicas coloridas que decoram muro e fachada voltaram aos locais de origem. “Nosso laboratório de restauro fez a recuperação das peças danificadas e confeccionou novas para repor as cerâmicas perdidas”, diz.

DEMOLIÇÃO

De acordo com Fred Nóbrega, grande parte da obra foi executada com material de demolição, proveniente de um banco mantido pela prefeitura. Com a reforma, o clube ganhou uma cozinha para dar suporte às festas, por trás do palco. “Fizemos a cozinha num espaço que já existia e servia como depósito. Deixamos uma área menor para o depósito e tiramos um balcão que não fazia parte da construção de origem.” O trecho onde antes ficava o balcão poderá ser ocupado por barracas móveis nos dias de festa.

Com relação ao portão no muro voltado para mar, Fred Nóbrega informa que esse será o acesso para as bandas musicais dos artistas e ambulâncias, por exigência do Corpo de Bombeiros. “O Clube Atlântico de Olinda completa 98 anos em 2018 todo recuperado”, garante o secretário-executivo. O prédio também ganhou uma caixa d’água extra para ser usada apenas em caso de emergência pelos bombeiros.

Os reeducandos do projeto Zeladoria do Patrimônio, criado há quatro meses numa parceria com o governo do Estado, foram capacitados em pintura e restauro pela prefeitura e pelo Instituto Sarasá, de São Paulo. “Eles podem fazer pequenas intervenções no patrimônio”, esclarece Fred Nóbrega. Além do Clube Atlântico de Olinda, o grupo já atuou na recuperação do Parque do Carmo, Bica dos Quatro Cantos, Praça do Museu de Arte Contemporânea, Biblioteca Pública, Casarão Herman Lundgren, Palácio dos Governadores e sede da Secretaria de Patrimônio e Cultura, todos no Sítio Histórico de Olinda.

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