Um peixe-boi foi encontrado na orla da praia dos Milagres, em Olinda, na manhã desta terça-feira (16). De início, populares suspeitavam de um encalhamento, mas na verdade, o animal visita aquela região há pouco mais de dois anos.
Segundo Iara Sommer, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o peixe-boi é uma fêmea já na fase adulta e leva o nome de Quitéria.
Alguns frequentadores da praia mencionaram que Quitéria é uma velha conhecida e é paparicada por quem estiver no local durante suas visitas.
A mamífera apareceu pelas praias do nordeste em 2010, quando foi resgatada no litoral do Ceará. Quitéria foi levada à base da Área de Proteção Ambiental Costas dos Corais (Apacc), localizada em Porto de Pedras, litoral norte de Alagoas. A base é a maior unidade de conservação marinha federal do Brasil, tendo a finalidade de proteger, preservar, reeducar e monitorar animais marinhos resgatados no litoral brasileiro.
Após alguns anos no centro de cativeiro em Alagoas, Quitéria foi solta no mês de setembro de 2014, mas não se adaptou e foi recapturada em outubro na Praia dos Carneiros, em Tamandaré, Mata Sul de Pernambuco. A fêmea, que estava sendo monitorada por satélite e rádios VHS, foi levada de volta ao Costas dos Corais.
Em junho de 2015, foi solta novamente e continuou sendo monitorada pelo satélite e rádios por um período de seis meses. Durante esse tempo, Quitéria foi se deslocando para a Região Metropolitana do Recife e frequenta o litoral olindense desde o final de 2015. “Quitéria encontrou um local propício, pois a região tem a alimentação adequada para ela”, afirmou a analista Iara Sommer.
O ICMBio, em parceria com a Prefeitura de Olinda, realizou um treinamento de capacitação com a Guarda Municipal da cidade para orientar os agentes sobre proteção aos animais marinhos e até que ponto um animal pode ficar no mar sem se considerar encalhado. Também foram orientados a afastar banhistas de perto dos animais a partir de um determinado período.
O ICMBio recomenda que os banhistas não tenham contato direto com o peixe-boi durante suas visitas à orla. “Tocar e alimentar o animal pode ser considerado crime ambiental, então é recomendado que os banhistas não façam esse tipo de interação”, enfatizou Iara Sommer.
Outro cuidado, também, é o tempo que o peixe-boi pode ficar perto da areia. Se o animal perder o tempo que a maré está baixando, ele terá risco de ficar encalhado.
Caso algum animal for encontrado encalhado nas praias, o ICMBio deve ser acionado pelo número (81) 3544-1948.