Secretário descarta reajuste de 11% nas passagens de ônibus

Nova reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano para definir reajuste não tem data
Cidades
Publicado em 20/01/2018 às 6:59
Nova reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano para definir reajuste não tem data Foto: Cortesia


O reajuste médio de 11.02% no aumento das passagens de ônibus do Grande Recife, solicitado pelos empresários do setor, não será atendido, segundo declaração do secretário estadual das Cidades, Francisco Papaléo, ontem. Em entrevista coletiva, após reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), na Iputinga, Zona Oeste do Recife, ele, que preside o CSTM, também considerou “difícil” se aprovar a proposta dos movimentos sociais, de reajuste zero e tarifa única. Contudo, não esclareceu qual seria o percentual proposto pelo governo, nem definiu data para se decidir o reajuste.

“Onze nunca seria, porque não foram cumpridas metas e a população não pode ser penalizada”, afirmou Papaléo, citando que a renovação de frota não foi feita como acordada (dos 467 veículos, 87 não foram trocados) e o seguro obrigatório de responsabilidade civil não foi contratado. Ambos estavam embutidos no último reajuste.

Nos bastidores cogita-se a possibilidade de o governo não querer bancar um aumento de tarifa em ano de eleição. Mas, questionado se a manutenção do valor atual e a tarifa única seriam possíveis, o secretário ponderou que houve uma inflação de 2,95% a se considerar e disse que a tarifa única sempre está em estudo, mas prejudicaria a maior parte dos usuários, uma vez que 84,9% utilizam o anel mais barato (A, R$ 3,20) e não teria como mantê-lo.

Sob protesto de ativistas que realizaram atos em vários pontos do Grande Recife, a reunião de durou poucos minutos. O suficiente apenas para aprovar a resolução Nº 015/2017, que cria um grupo de trabalho para a elaboração e execução da 3ª Conferência Metropolitana de Transportes e prorroga os mandatos dos conselheiros representantes dos usuários, estudantes e gratuidades.

A medida foi uma estratégia do governo para legalizar o colegiado, uma vez que a Justiça considerou sua ilegalidade, pois os mandados de dois anos venceram em dezembro e novos representantes da sociedade civil (oito dos 24 membros) deveriam ter sido eleitos em conferência no ano passado.

“O conselho já está legalizado e pode discutir a questão da tarifa, mas ainda não definimos a data”, declarou o secretário. A Justiça também solicitou documentos que comprovem a necessidade de aumento. “Tudo já foi entregue e vamos complementar as informações disponíveis no site do Grande Recife Consórcio de Transporte”, emendou o presidente do órgão, Rui Rocha. Segundo ele, o percentual a ser defendido pelo governo será divulgado antes da reunião.

VOTO CONTRA

O representante dos estudantes no CSTM, Márcio Morais, foi o único que votou contra a resolução. “A renovação automática do conselho da sociedade civil organizada não conta com minha aprovação, porque, como diz o regimento, teria que ser feita nova conferência municipal, estadual e aí sim, de forma democrática e legítima, novos conselheiros poderem aprovar qualquer resolução, inclusive um reajuste de passagens”.

A Justiça não voltou a se posicionar. Pela proposta dos empresários, o Anel A pularia de R$ 3,20 para R$ 3,55. Já o anel B sairia de R$ 4,40 para R$ 4,90; o D, de R$ 3,45 para R$ 3,85 e o G de R$ 2,10 para R$ 2,35.

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