A casa onde morou o compositor Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido como Capiba, foi arrombada na madrugada dessa terça-feira (23). A informação foi repassada por vizinhos, que reclamam do descaso com a residência, e confirmada pela Polícia. O imóvel, que fica na Rua Barão de Itamaracá, no Espinheiro, Zona Norte do Recife, foi desapropriado e está em processo de tombamento desde outubro do ano passado.
A Polícia Militar (PM) informou que não foi acionada para a ocorrência. A Polícia Civil, por sua vez, também não foi acionada e repassou que não recebeu nenhuma queixa formal sobre o ocorrido. Dessa forma, nenhum inquérito foi aberto para investigar o caso. No entanto, na tarde desta quarta-feira uma equipe da delegacia do Espinheiro esteve no local e confirmou o arrombamento.
A Guarda Municipal, que teria sido acionada, informou que a responsabilidade de atender a ocorrência era da PM, já que o imóvel está sob responsabilidade do Estado de Pernambuco.
Quando contactada, a Secretaria de Administração do Estado, responsável pela desapropriação, informou que o processo ainda está em fase de conclusão e que, por isso, a família continua sendo responsável pela residência.
Em setembro de 2017, o JC Online publicou uma matéria informando que a viúva do compositor, Dona Zezita, estava colocando a casa à venda, já que nada era feito por parte do Estado para preservar o local. Na época, a família não quis se pronunciar e todas as informações foram repassadas pelo corretor responsável. Nesta quarta-feira, quando contactado, ele informou que o imóvel havia sido desapropriado durante o processo de tombamento e que não poderia se posicionar sobre o caso.
Em outubro de 2017, a Secretaria de Cultura de Pernambuco acatou o pedido de tombamento da casa onde o compositor Capiba viveu por 40 anos. O imóvel foi desapropriado, mas até o momento nada foi feito.
A casa foi construída em 1948 e a intenção é que o local fosse transformado em um equipamento de preservação da história do compositor e do Estado de Pernambuco.
No parecer emitido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), ao analisar o pedido de tombamento feito pelo advogado Antônio Campos, a edificação é definida como uma casa simples e bem construída. Técnicos da Gerência de Preservação do Patrimônio Cultural não atribuem valor arquitetônico ao imóvel, erguido pelo compositor em 1948.
A Fundarpe informou que não é órgão responsável pela casa atualmente.
Em setembro do ano passado, o radialista da Rádio Jornal Geraldo Freire fez uma denúncia na sua página do Facebook. Na publicação ele revelava que o imóvel histórico estava com placa de vende-se e pedia providências. Confira o vídeo: