Formado por várias organizações da sociedade civil em maio do ano passado, o Fórum Popular de Segurança Pública de Pernambuco realiza vários encontros comunitários até o dia 30 de julho para discutir a questão da violência. Ao todo, 52 pré-conferências já estão agendadas e vão culminar na 1ª Conferência Popular de Segurança Pública, nos dias 10 e 11 de agosto. A primeira reunião aconteceu nesta quinta, em Peixinhos, Olinda, no Grande Recife.
“A ideia é ver quais são as prioridades, propostas, constituir um documento e agendar audiência pública para fazer a devolutiva ao governo”, explica a socióloga Edna Jatobá. “A premissa principal é ouvir a população, não discutir trancados nos gabinetes, como se faz hoje no Estado, nem ouvindo especialistas de fora, como fez a OAB, porque é a população que vive na pele os efeitos perversos especialmente da violência letal, que tem endereço certo: jovens negros, pobres e moradores da periferia de nosso Estado”.
O presidente da OAB Pernambuco, Ronnie Duarte, explica que o fórum realizado pelo órgão, em parceria com a Universidade de São Paulo, no mês passado, trouxe cinco especialistas renomados que já estudaram a segurança em todo o País e “sem qualquer tipo de ligação político-partidária” para avaliar o Pacto pela Vida. “Mas o evento foi aberto e todas as pessoas presentes tiveram voz: governo, oposição e sociedade civil. Agora, quem não foi não poderia ser ouvido”, contesta.
Por sugestão da própria sociedade civil participante, adianta Ronnie, a OAB irá promover uma rodada de discussões com membros de Organizações Não-Governamentais que estudem a questão da segurança. “Não dá para ouvir 200, 300 entidades, então vamos juntar as que se debruçam sobre o tema”, diz. A data do evento ainda não está fechada.