Edifícios Santa Rita e Apolo XXI em busca do equilíbrio financeiro

O Santa Rita fica no bairro da Boa Vista e o Edifício Apolo XXI está localizado em Santo Amaro, no Centro do Recife
Cleide Alves
Publicado em 17/03/2019 às 8:08
Foto: Fotos: Leo Motta/JC Imagem


Localizado na Praça Machado de Assis, esquina com a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, o Edifício Santa Rita foi projetado em 1962 pelo arquiteto modernista Delfim Amorim. Como quase todo prédio antigo, tem problemas com as redes elétrica e hidráulica. E pouco dinheiro para executar as obras de melhoria.

“O que eu costumo fazer é providenciar o conserto assim que uma coisa se quebra para não deixar a avaria crescer, porque restaurar é mais caro”, declara Sônia Almeida, síndica do Edifício Santa Rita e moradora do prédio há 30 anos. O edifício tem 12 andares, mais a cobertura, onde estão distribuídos 72 apartamentos com tamanhos variados.

Foto: Leo Motta/JC Imagem

Apoiada pelo marido, Charles Douglas Seixas, síndico por quatro anos com mandato até o fim de 2018, ela está providenciando projeto elétrico para apresentar à Celpe, e pretende pintar as paredes das áreas comuns de todos os andares, em parceria com os moradores. “A pintura é o próximo desafio”, diz Rúbia Seixas, moradora do Apolo XXI há 19 anos. Nos últimos quatro anos o condomínio conseguiu corrigir problemas sem recorrer a taxa extra.

“Estamos nos encaixando nas exigências dos Bombeiros e da Defesa Civil. Colocamos rampa, corrimão e grade de proteção na entrada do prédio, organizamos a portaria, instalamos mais um elevador (agora são dois) e atualizamos todas as obrigações socais com os funcionários”, informa Charles Seixas. A fiação desordenada foi retirada e o Edifício Apolo ganhou interfone.

Rúbia e Charles arrumaram e deixaram em condições de uso duas quitinetes que estavam fechadas e pertencem ao condomínio. “Alugamos as duas, a menor por R$ 500 ao mês e a maior por R$ 800. O dinheiro nos ajuda nas despesas do prédio, precisamos encontrar alternativas”, diz Rúbia Seixas. “Quando os moradores começaram a ver as mudanças passaram a pagar o condomínio e a colaborar com as ações, eles viram retorno e hoje temos 30% de inadimplência”, completa Charles Seixas.

PREVENÇÃO

“Por enquanto, toda a manutenção feita é corretiva, mas já estamos começando ações preventivas”, afirmam Rúbia e Charles Seixas. A interdição do Holiday, segundo eles, deixa a todos preocupados.

A situação do prédio de Boa Viagem, na avaliação do arquiteto e urbanista Geraldo Marinho, que trabalha com consultoria, “pode ser prenúncio de outros (casos) que estão germinando.” O assunto, diz ele, requer um debate mais amplo na cidade. “A reabilitação do Holiday não será resolvida com a capacidade financeira dos condôminos”, alerta.

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