Policiais civis denunciam a falta de infraestrutura no IML

Reportagem teve acesso a algumas áreas do órgão e testemunhou a realidade diária dos profissionais do Instituto
Do JC Online
Publicado em 08/07/2015 às 12:42
Reportagem teve acesso a algumas áreas do órgão e testemunhou a realidade diária dos profissionais do Instituto Foto: Foto: Amanda Duarte/JC


As más condições estruturais do Instituto de Medicina Legal do Recife  foi um dos principais motes da paralisação de 24 horas realizada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (8). A reportagem da Rádio Jornal teve acesso a algumas áreas do órgão e testemunhou um local insalubre e com risco de contaminação, tanto para os servidores, quanto para a população.

Infiltrações e pedaços do tento caindo são apenas parte de todo cenário de decadência do IML, com o qual os funcionários precisam lidar diariamente. Na sala de necrópsia, instrumentos utilizados por marceneiros e encanadores tomam o lugar de utensílios cirúrgicos para abrir os corpos. Os profissionais do Instituto denunciam ainda que, há cerca de três anos, não recebem máscaras com filtro de carvão ativado, ideais proteger contra vapores, odores e partículas suspensas no ambiente, o que gera perigo à saúde. 

Além disso, mesmo com corpos armazenados em temperatura adequada, as câmaras de refrigeração oscilam a temperatura interna, gerando mau cheiro forte no local, que é sentido a distância. Do lado desta sala de armazenados de corpos, fica a sala para descanso dos plantonistas, que trabalham 24 horas.

"Na última paralisação não suspendemos os serviços do Instituto, pois fizemos um acordo com a gestora, que prometeu melhorar as condições de trabalho em 15 dias. Como não foi cumprido, estamos paralisando. Desse jeito, os servidores e a população correm risco de contaminação", conta Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). 

De acordo com a gerente geral de polícia científica, Sandra Santos, estão prevista para acontecer ainda este ano reformas nas unidade do IML de Recife, Caruaru, no Agreste, e Petrolina, no Sertão. Sandra informou que as áreas já estão sendo analisadas. Além disso, já teria sido autorizada a realização de concursos para completar o quadro de funcionários da Polícia Científica.

REIVINDICAÇÕES - De acordo com o Sinpol-PE, está é a quarta paralisação realizada desde junho para cobrar  isonomia da gratificação com os delegados (de 100% para 225% sobre o salário), melhores condições de trabalho no IML e delegacias, a inclusão dos peritos papiloscopistas no Quadro Técnico Policial, a reposição inflacionária para o ano base de 2015, além da modificação no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).

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