Tráfico de drogas pode ter matado ex-aluno da Orquestra Criança Cidadã

Suspeita de envolvimento do ex-integrante da Orquestra Criança Cidadã com o tráfico de drogas está sendo investigada pela polícia
Da Editoria Cidades
Publicado em 02/08/2016 às 21:30
Suspeita de envolvimento do ex-integrante da Orquestra Criança Cidadã com o tráfico de drogas está sendo investigada pela polícia Foto: Foto: Acervo pessoal/Facebook


A disputa por um ponto de tráfico de drogas na comunidade do Coque, na Ilha Joana Bezerra, bairro da área central do Recife, pode ter sido o motivo do assassinato do ex-integrante da Orquestra Criança Cidadã Moysés Gonçalves de Barros, 21 anos. Pelo menos é essa a principal linha de investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o caso desde a segunda-feira passada (1º), quando o rapaz foi morto a tiros no Coque.

De acordo com o delegado Alfredo Jorge, responsável pelo inquérito, o homem acusado de ter atirado contra Moysés Gonçalves é traficante de drogas e cometeu outro homicídio no bairro, recentemente. “Estamos investigando se a vítima também estaria envolvida no tráfico. Há informações sobre a disputa de uma área no Beco do Moranguinho e na Rua Nantes”, afirma Alfredo Jorge.

Moysés Gonçalves era violonista na Orquestra Criança Cidadã desde 2006 e se desligou do projeto em junho de 2016. No mês passado ele havia brigado com o acusado e passou 15 dias internado num hospital. Semana passada, sofreu uma tentativa de homicídio. Segunda-feira (1º), quando foi abordado pelo assassino, estava no carro do pai, Moisés de Araújo Barros Sobrinho, indo prestar depoimento no DHPP sobre a briga.

O delegado ouviu o depoimento do pai e do irmão da vítima. Também solicitou perícia no carro de Moisés de Araújo. “O pai estava dirigindo, tentou arrancar e bateu o veículo, que não conseguiu mais sair do lugar. Deve ter projétil no carro”, afirma Alfredo Jorge. O rapaz chegou a ser levado à Policlínica de Afogados, mas não resistiu aos ferimentos.

A polícia já identificou as três pessoas envolvidas na tentativa de homicídio, informa Alfredo Jorge. Duas delas participaram da investida de segunda-feira. Uma atirou e a outra deu cobertura. Todos estão foragidos. O suspeito do crime é um amigo de infância da vítima, o ex-presidiário Geraldo Júnior. Em entrevista ao Portal NE10, Moisés de Araújo disse que o filho vinha sendo ameaçado de morte pelo amigo desde o início da semana passada.

TALENTO

Morador do Coque, Moysés Gonçalves era integrante do grupo inicial da Orquestra Criança Cidadã, fundada dez anos atrás. Pelo talento, técnica e dedicação, alcançou o posto de monitor no núcleo do grupo em Ipojuca, no Grande Recife, este ano. A partir de maio começou a faltar ao trabalho e teve de ser afastado da monitoria. Mas permaneceu na orquestra como estudante.

Em 2014, o violonista integrou a equipe da Orquestra Criança Cidadã que tocou para o papa Francisco e em novembro de 2015 viajou à Itália, com o grupo, para gravar um álbum. “Nessa viagem, ele tocou com a maior violonista do Japão, Yoko Kubo”, lembra o fundador e coordenador-geral da orquestra, juiz João Targino.

O juiz disse que Moysés havia abandonado o projeto em outra ocasião. “Perguntei por ele e soube que estava vendendo galeto no Coque. Vender galeto qualquer um faz. Tocar violino não é para qualquer um. Pedi para trazerem Moysés de volta. Não podíamos perdê-lo. Conversamos e ele retornou. Evoluiu tanto que alcançou o posto de monitor. Mas, envolveu-se com quem não devia e pagou um preço alto.”

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