Morre quarto socioeducando após rebelião na Funase de Timbaúba

O adolescente de 17 anos havia sofrido queimaduras e morreu na noite de terça-feira (25), no Hospital da Restauração
JC Online
Publicado em 26/10/2016 às 7:24
O adolescente de 17 anos havia sofrido queimaduras e morreu na noite de terça-feira (25), no Hospital da Restauração Foto: Foto: Divulgação/ Funase


Um adolescente de 17 anos foi o quarto socioeducando a morrer em consequência da rebelião registrada no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Timbaúba, na Zona da Mata Norte do Estado, na madrugada dessa terça-feira (25). O jovem, que havia sofrido queimaduras, não resistiu aos ferimentos e morreu na noite dessa terça no Hospital da Restauração, na área central do Recife.

Outros dois internos de 17 anos e um de 18 morreram com golpes de armas artesanais e pedradas. Uma briga entre grupos rivais levou socioeducandos a atearem fogo a colchões e a destruir móveis e objetos da área administrativa do Case de Timbaúba. Sete jovens foram socorridos para uma unidade de saúde da cidade.

Diretor da Funase de Timbaúba é exonerado após rebelião

Após a rebelião no Case de Timbaúba, na Mata Norte do Estado, na madrugada desta terça-feira (25), o assessor técnico da unidade, Jaime Santos da Silva, foi exonerado. Ana Lúcia Gusmão Brindeiro foi nomeada ao posto.

Em nota, a assessoria de imprensa da Funase informou que a corregedoria do órgão abru sindicância para apurar o motim e que ela "tem um prazo de 20 dias para ser concluída, podendo ainda ser prorrogada por mais 20 dias". No comunicado a Funase informa ainda que "está prestando toda a assistência às famílias das vítimas, inclusive com o auxílio de um psicólogo" e que também está oferecendo suporte às famílias dos envolvidos na rebelião.

Entidades cobram posicionamento do Estado sobre mortes na Funase de Timbaúba

Representantes da sociedade civil e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa cobram explicações do governo de Pernambuco em relação às mortes que cumpriam medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Timbaúba, na Zona da Mata.

"Hoje foi em Timbaúba, mas estamos falando de um sistema falido, que viola os direitos humanos e não ressocializa os jovens. Pernambuco é o Estado com maior número de mortes dentro do sistema socioeducativo. Foram 32 assassinatos dentro das unidades nos últimos cinco anos, de 2012 a 2016. O governo estadual precisa assumir a responsabilidade disso. Há um sério problema de gestão", afirma Romero Silva, membro do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop).

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