Atualizada às 8h04
Sete socioeducandos morreram durante uma rebelião registrada na Fundação de Atendimento Socieducativo (Funase) de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, na noite desse domingo (30).
De acordo com informações da Polícia Militar repassadas à Rádio Jornal, um deles teve lesões na cabeça e mãos decepadas e outros seis morreram carbonizados em decorrência de um incêndio. De acordo com informações iniciais, três adolescentes morreram no banheiro de uma cela.
O grupo quebrou paredes e ateou fogo em colchões, roupas e móveis. Quando perceberam a chegada do reforço policial, os internos também lançaram pedras e pedaços de pau sobre o muro. Bombas de efeito moral foram utilizadas pelos oficiais para conter os socioeducandos.
De acordo com a PM, De acordo com a Polícia Militar, um desentendimento fez com que internos do módulo 1 da Fundação de Atendimento Socieducativo (Funase) de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, invadissem o módulo 2 da unidade e ateassem fogo. Nenhuma fuga foi registrada.
Os corpos foram levados para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru. Segundo funcionários, a unidade tem capacidade para 90 internos, mas estava abrigando 205.
Mais informações no site da TV Jornal e Rádio Jornal.
Na terça-feira (25), uma rebelião registrada no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Timbaúba, na Zona da Mata Norte do Estado, deixou quatro internos mortos. Uma briga entre grupos rivais levou socioeducandos a atearem fogo a colchões e a destruir móveis e objetos da área administrativa do Case de Timbaúba. Sete jovens foram socorridos para uma unidade de saúde da cidade.
Em nota, a assessoria de imprensa da Funase informou que a corregedoria do órgão abru sindicância para apurar o motim e que ela "tem um prazo de 20 dias para ser concluída, podendo ainda ser prorrogada por mais 20 dias". O assessor técnico da unidade, Jaime Santos da Silva, foi exonerado. Ana Lúcia Gusmão Brindeiro foi nomeada ao posto.
Após a ocorrência o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) alertou que a tragédia poderia voltar a se repetir em outras unidades. “A Funase é uma instituição falida. Ela não tem projeto pedagógico, não tem estrutura, há superlotação, maus-tratos e tortura. A mão de obra é desqualificada, ganha pouco e tem contrato temporário. Não é um lugar de ressocialização e sim de internamento”, afirmou a presidente do Cedca, Lourdes Vinokur.
A Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude respondeu que a Funase “desenvolve uma política de respeito aos direitos humanos” e que todos os agentes são treinados dentro desses princípios. “Atos irregulares individuais não representam o comportamento da maioria”.