Polícia investiga participação de jovem do Recife no jogo Baleia Azul

A mãe da jovem de 19 anos procurou a delegacia do Cordeiro depois de notar ferimentos causados por navalha e estilete no corpo da filha
JC Online
Publicado em 12/05/2017 às 6:21
A mãe da jovem de 19 anos procurou a delegacia do Cordeiro depois de notar ferimentos causados por navalha e estilete no corpo da filha Foto: Foto: Tato Rocha/JC Imagem


A Polícia Civil apresenta, na manhã desta sexta-feira (12), os detalhes sobre o caso de uma jovem de 19 anos que se autoflagelou após começar a participar do desafio da Baleia Azul, 'jogo' que incentiva o comportamento suicida. A mãe da garota procurou a delegacia do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, depois de notar os ferimentos causados por navalha e estilete no corpo da filha. Segundo a polícia, a quantidade e a forma dos cortes impressionam.

Os policiais tiveram acesso à mensagens trocadas entre a jovem e os 'curadores' do jogo, pessoas que lançam os desafios da Baleia Azul, normalmente às 4h20. A apresentação vai contar com a participação da mãe da adolescente e mostrar os detalhes do funcionamento do jogo e o comportamento dos usuários com o intuito de alertar a população.

O jogo Baleia Azul

No jogo, adolescentes são convocados para grupos fechados no Facebook e no WhatsApp, e devem cumprir 50 desafios pré-estabelecidos por curadores, que são pessoas que comandam o jogo. Entre as tarefas, estão mutilar os braços com facas, assistir a filmes de terror na madrugada e, na tarefa final, cometer suicídio. Iniciado na Rússia entre 2015 e 2016, o "jogo da Baleia Azul" (Blue Whale) está supostamente ligado a uma série de suicídios em todo o mundo. Isso porque ele busca causar danos emocionais aos participantes.

PF diz que denúncias diminuíram após palestras

A Polícia Federal divulgou, nesta sexta-feira (12), que após 20 dias de palestras com o tema “Baleia Azul e Crimes Cibernéticos”, orientando pais e filhos em escolas, igrejas e empresas, além de iniciativas de profissionais ligados ao tema, as ocorrências e denúncias sobre o jogo no plantão da Polícia Federal tiveram uma redução de 80%. 

Dez alertas para pais e educadores sobre o jogo

Educadores da rede de escolas de informática Microcamp, de São Paulo, elaboraram uma cartilha na qual são traçados dez sinais de alerta.

1. Prestar atenção se o jovem sabe do que e trata o jogo e seus perigos. Converse sobre o assunto. Na adolescência é comum que os pais sejam excluídos da vida social de seus filhos, entretanto, segundo Helder Hidalgo, coordenador de cursos e psicólogo, é fundamental ter um diálogo dentro de casa, entender qual é a necessidade do jovem no momento. 

2. Ficar atento ao comportamento dos jovens, prestando atenção se há alguma mudança significativa. 

3. Atenção nas atividades dos jovens na internet. Procure saber o que o jovem está acessando, o que está jogando, com quem, se aceitou convites de desconhecidos. 

4. Verificar se o jovem usa manga comprida mesmo em dia quente.

5. Verificar se há marcas pelo corpo. 

6. Atentar para o rendimento escolar. 

7. Perceber se há isolamento e sinais de tristeza. 

8. Notar se há agressividade.

9. Atentar para os temas das conversas dos jovens.

10. Se notar alguma alteração, professores e pais devem conversar com o jovem e procurar ajuda profissional. 

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