A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu, nesta quarta-feira (28), por unanimidade, manter o júri popular de Danilo Paes Rodrigues, acusado de participar da morte do pai, o médico Denirson Paes da Silva, em Aldeia, Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, no ano passado.
O júri está marcado para acontecer no dia 4 de novembro de 2019, às 9h, em Camaragibe. A 2ª Vara Criminal negou o Recurso de Sentido Estrito impetrado por Danilo, que requereu a absolvição sumária por ''total inexistência de indícios suficientes de autoria".
Danilo Paes Rodrigues, de 23 anos, deixou o Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, no dia 21 de dezembro de 2018. Proibido de manter contato com as testemunhas do processo, o jovem precisa estar em casa sempre no período noturno (entre 22h e 6h). A mãe de Danilo e esposa de Denirson, Jussara Paes, também acusada pelo crime, segue presa na Colônia Penal Feminina do Recife.
A defesa entrou com pedido de liberdade provisória na última audiência de instrução do caso, em 14 de dezembro. O direito foi concedido pela juíza Marília Falcone. Em fevereiro, foi decidido que Danilo e Jussara Paes Rodrigues iriam a Júri Popular.
O corpo do médico foi encontrado esquartejado na casa da família, em Aldeia, em julho de 2018. Nove dias após desenterrar do fundo do poço os primeiros pedaços dos membros inferiores, seguidos de partes dos superiores, a polícia encerrou as buscas, ao localizar – em uma profundidade superior a 25 metros – cabeça e tórax.
Apesar da Polícia Civil ter apontado no inquérito os dois como os autores do crime, Jussara confessou, no dia 3 de setembro, ter assassinado e esquartejado o marido sozinha. A motivação teria sido a descoberta de um caso que o médico tinha.
Segundo o inquérito policial, apresentado no dia 30 de agosto, o médico foi esganado ainda na cama e carregado do quarto do até um corredor próximo ao quiosque, onde foram dadas pancadas que afundaram o seu crânio. A partir daí, começou o esquartejamento. Com um serrote, a coluna de Denirson foi cortada em duas partes, e o corpo foi dividido em pedaços. Segundo o exame tanatoscópico, houve ainda a tentativa de carbonizar os restos mortais do médico num local próximo a cacimba. A carbonização não foi concluída.
De acordo com peritos, Jussara teria ido em dois locais para comprar material de construção e para pegar uma pessoa que a auxiliou na quebra da casinha. Mesmo sem saber do assassinato, esta pessoa teria ajudado Jussara na ocultação do cadáver- colocando os entulhos da casinha na cacimba onde os restos mortais do médico foram encontrados. “É precoce eu falar se daria para ela fazer sozinha o ato. Mas utilizamos um indivíduo que se aproxima em altura e peso com o Denirson para tentarmos fazer o fato o mais equiparado possível com o que aconteceu e conseguimos tirar algumas dúvidas, e somar com coisas já confirmadas”, destacou o perito Fernando Benevides.