atualizada às 20h10
Um jovem morreu após ser baleado no peito durante festa na rua no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, na madrugada do domingo (12). William da Silva, de 19 anos, chegou a ser socorrido e levado para a Policlínica Professor Arnaldo Marques, no mesmo bairro, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. O rapaz foi atingido por um disparo de arma de fogo em uma ação da Polícia Militar (PM). De acordo com a Polícia Civil, o jovem foi baleado durante um tumulto entre policiais militares e o público. A corporação instaurou um inquérito policial para investigar o caso e identificar o autor do disparo.
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De acordo com testemunhas, a polícia também teria dificultado o socorro da vítima. O corpo de William foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife.
Por meio de nota, a PM disse que só foi acionada para o fato depois que o jovem foi baleado e que o referido homicídio se deu na academia da cidade, provocado por brigas entre facções criminosas das comunidades dos Milagres e do Ibura. Ainda segundo a nota, a PM permaneceu no local até a chegada do IML, Polícia Civil e IC.
Leia a íntegra da nota:
A Polícia Militar informa que, segundo apuração inicial feita junto à equipe de policiais deslocada para a ocorrência, e que não estava presente, no momento da confusão que vitimou um homem, no domingo, no Ibura. O efetivo, integrante do 19º BPM, participava, no bairro, da Operação Bar Seguro (que envolve a PM, Bombeiros e órgãos municipais), quando recebeu denúncia de que estava havendo uma briga, possivelmente, entre grupos rivais no local. Foi feito o deslocamento, mas os policiais encontraram a vítima já baleada, dentro de um carro particular que lhe prestava socorro. A viatura fez o acompanhamento em apoio para agilizar a transferência do rapaz para a Policlínica do bairro, enquanto outros militares permaneceram no local do crime aguardando a chegada da Polícia Civil, que ficará responsável pela investigação do caso, identificando as circunstâncias e a autoria do crime. Além de prematura, é irresponsável qualquer suposição ou acusação de autoria do disparo ou omissão de socorro, e inverídica qualquer semelhança com a situação apontada num fato, no Estado de São Paulo, onde temos na região em tela (Ibura e Cohab) redução de 43 % de CVLI (comparativo do ano de 2019 em relação ao ano de 2018 ), como também redução de 22% de CVP, no mesmo período.
O JC também entrou em contato com a Secretária de Defesa Social (SDS), mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido retorno.
Ao menos nove pessoas morreram pisoteadas no dia 1º de dezembro de 2019 durante perseguição policial e troca de tiros em baile funk da comunidade Paraisópolis, em São Paulo, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde. Outras duas pessoas ficaram feridas.
Policiais do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam Operação Pancadão na região de Paraisópolis, quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra os agentes. A moto fugiu em direção ao baile funk, ainda efetuando disparos, ocasionando um tumulto entre os frequentadores do evento, segundo a polícia.
Assim, a perseguição começou. Os policiais foram atrás dos suspeitos que entraram no local onde era realizado o baile com mais de 5 mil pessoas, e segundo a força tática, foram dar apoio ao local mas foram recebidos com pedradas e garrafadas. Os policiais revidaram com munições químicas para dispersão, causando correria. Segundo a polícia, alguém no meio da multidão efetuou um disparo.
O título da matéria foi alterado às 20h10 desta segunda-feira (13) porque usamos indevidamente o termo baile funk para se referir ao local do incidente. Aos internautas pedimos desculpas.