O comerciante Edmário Francisco da Silva, 53 anos, descobriu há seis meses que tem diabete tipo 2, a adquirida ao longo do tempo. No Instituto Brasileiro de Diabetes (Ibradi), organização sem fins lucrativos que funciona no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, na consulta médica, foi orientado a receber informação de uma podóloga, Cirlene Vasconcelos.
“As unhas precisam ser cortadas retas e deve-se evitar meias que não são de algodão”, explicou, enquanto fazia a correta higienização dos pés de Edmário. Cirlene lembra que o objetivo é evitar problemas que podem levar ao desenvolvimento de feridas, uma vez que os diabéticos perdem a sensibilidade e nem sempre percebem os riscos. Podem levar uma topada e não sentir dor, por exemplo. Para evitar a proliferação de bactérias, outra dica é não usar o mesmo sapato por dois dias seguidos. Alternar os calçados e expor ao sol o par usado no dia anterior é uma medida recomendada.
A médica Anna Karina Moura, voluntária no Ibradi, lembra que a avaliação dos pés do diabético deve ser feita ao menos uma vez ao ano, para detectar os riscos de desenvolver complicações. Definir um pé diabético é justamente medir o nível de perda de sensibilidade, o que ela faz com o uso de um monofilamento (fio fino), aparelho que custa R$ 17 e, embora defendido por especialistas, não faz parte da rotina do SUS.
A dona de casa Maria Margarida Farias, 64 anos, diabética há dez, reconhece o valor da consulta completa, com orientação nutricional e cuidados em relação aos pés. “Não quero sofrer amputação”, afirma.
O Ibradi é um centro de educação não só para os doentes, mas voltado também aos profissionais. Cobra preços populares e é mantido, principalmente, com doações. Funciona num imóvel cedido pelo governo estadual. Há planos para ampliar o instituto, mas sem a posse definitiva não consegue ampliar as parcerias, explica a fundadora Geísa Macedo. Para informações ligue (81) 3327-7854.