Botulismo: PE investiga 3 casos de doença neuroparalítica grave e rara

Pacientes são da mesma família e estão internados no Recife com sinais de botulismo, doença neuroparalítica grave e de alta letalidade, não transmitida entre pessoas
Cinthya Leite
Publicado em 27/01/2018 às 8:46
Pacientes são da mesma família e estão internados no Recife com sinais de botulismo, doença neuroparalítica grave e de alta letalidade, não transmitida entre pessoas Foto: Foto: Igo Bione/Acervo JC Imagem


Três pessoas da mesma família, sendo dois idosos e um adulto, estão internadas em hospitais do Recife com sinais de botulismo, doença neuroparalítica grave e de alta letalidade, não transmitida entre pessoas, resultante da ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Doença bacteriana rara, o botulismo pode ser transmitido pela ingestão de alimento contaminado em decorrência do preparo ou conserva inadequados.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) recebeu, na quarta-feira (24), duas notificações de um casal: um homem de 69 anos e uma mulher de 65 anos. Estão internados em uma unidade de saúde privada. Já na quinta-feira (25), a SES foi notificada sobre o filho do casal, de 48 anos, que está internado em um hospital público. A SES reforça que, no próprio dia 24, iniciou a investigação familiar dos casos, que podem estar relacionados com o consumo de comida enlatada, e já contatou a vigilância sanitária do município de origem dos pacientes: Olinda, no Grande Recife.

De acordo com informações do hospital privado, a paciente deu entrada na unidade no dia 7, e o paciente no dia 20. Ambos apresentam paralisia facial e de membros inferiores e estão internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Assim que a equipe médica suspeitou da doença, foi feita a notificação ao Estado. Já o paciente de 48 anos foi internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, na quinta-feira, e também está em UTI. Ele desenvolveu paralisia facial.

Os dois homens já receberam o soro antibotulínico, que deve ser aplicado até sete dias após o início dos sintomas. Por ter passado desse período, a mulher não tem indicativo para o uso do soro, que atua contra a toxina circulante que ainda não se fixou no sistema nervoso. Por isso, o tratamento com a substância deve ser feito precocemente.

“As ocorrências de botulismo são muito raras atualmente, pois as condições sanitárias melhoraram. Geralmente, os casos são uma consequência de intoxicação alimentar. Comidas contaminadas com a bactéria são ingeridas e, assim, a doença se manifesta. Os alimentos mais comumente envolvidos são os enlatados industrializados”, explica o infectologista Vicente Vaz, do Huoc.

Histórico

A SES informa que, em Pernambuco, foram confirmados um caso em 2007 e três em 2016. Em todos, os pacientes evoluíram bem, sem sequelas.

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