Recife usa drone para combater chicungunha, zika e dengue

Ação de controle de arboviroses é feita por liberação dos mosquitos estéreis no ambiente, por terra e por drone, para reduzir a reprodução do Aedes aegypti
Da editoria de Cidades
Publicado em 20/12/2019 às 14:29
Ação de controle de arboviroses é feita por liberação dos mosquitos estéreis no ambiente, por terra e por drone, para reduzir a reprodução do Aedes aegypti Foto: Leo Motta/JC Imagem


Em um momento de aumento de casos de dengue, chicungunha e zika, a Prefeitura do Recife lançou, na manhã desta sexta-feira (20), o Plano de Enfrentamento às Arboviroses 2020, na Unidade de Saúde da Família Bernard van Leer, em Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife. O objetivo do conjunto de ações anunciado, pela Secretaria de Saúde (Sesau) da cidade, é reduzir o volume de casos das arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti), como dengue, chicungunha e zika. O diferencial do plano é a liberação dos mosquitos estéreis no ambiente, por terra e por drone, para reduzir a reprodução do inseto e, com isso, controlar a população do mosquito transmissor das arboviroses.

Cerca de 350 mil mosquitos inférteis foram liberados em Brasília Teimosa nesta primeira etapa da soltura. Em breve, ainda sem data anunciada, serão soltos também na Mangabeira, na Zona Norte do Recife. Essas áreas foram escolhidas por critérios ambientais, epidemiológicos e entomológicos (estudo dos insetos). Nesses locais, foram instaladas estações disseminadoras (armadilhas para que o próprio Aedes espalhe larvicida), a fim de reduzir a população de mosquitos antes de usar a técnica da esterilização. Em Brasília Teimosa, a redução foi de 25% de Aedes aegypti e 80% de muriçoca (Culex Quinquefasciatus).

Inseto macho estéril

Reconhecida por sua eficiência na erradicação e controle de diversos insetos e pragas ao redor do mundo, a técnica do inseto estéril (TIE) é pioneira no Brasil para controle do Aedes Aegypti. O método, desenvolvido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), consiste em tornar o mosquito macho estéril, em laboratório, por meio da esterilização por radiação ionizante, para depois soltá-lo no meio ambiente, de forma que ele copule com as fêmeas sem gerar novos mosquitos. O Recife usa essa técnica de controle de natalidade através de uma parceria com a Biofábrica Moscamed, que é o Centro Colaborador da AIEA para o controle do Aedes aegypti, além do Ministério da Saúde.

Os machos do Aedes soltos, no Recife, foram reproduzidos na biofábrica da Moscamed, em Juazeiro (Bahia), e trazidos para receber radiação no laboratório do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No Centro de Emergência de Mosquitos Estéreis (Cemer) da Prefeitura do Recife, localizado no Centro de Vigilância Ambiental (CVA), em Peixinhos, os insetos foram marcados com pó fluorescente e passaram por testes de resistência, antes da liberação.

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