A carreira de Hugo Prouvot deu um salto, de dois anos para cá, quando abriu um parêntese em sua trajetória como chef consultor contratado por vários restaurantes da cidade (Ferreiro Café, Boteco, Pin Up, Club du Vin, The Black Angus, citando alguns) para passar a se dedicar ao seu próprio negócio, inaugurando o Prouvot cozinha.bar, primeiramente no Pina e, em seguida, no Parnamirim.
O passo seguinte de Hugo, sempre acompanhado pela família, especialmente pelo irmão, também chef (e dos bons), Júlio Prouvot, foi a inauguração, em dezembro passado, do Mistura Tropical Bar. Nas duas empreitadas, os Prouvot têm como sócio o administrador Flávio Marques, que vibra na mesma frequência e é parte fundamental na personalidade que a marca constrói aos poucos.
Com a chegada do Mistura o Prouvot restaurante perde sua qualidade de “bar” e assume inteiramente o perfil “cozinha”, ou seja, deve vir reformulação de cardápio por aí, alinhado com a nova filosofia da casa de centrar o foco, de verdade, em receitas mais elaboradas, se não do ponto de vista de inventividade e outras firulas, seguramente no que diz respeito às técnicas que demandam mais expertise.
O Mistura surge, portanto, para ocupar essa necessidade premente que o chef Hugo Prouvot (ele, pessoalmente) tem de dar vazão ao amor pelos lugares que incluem boa música, petisco e drinques, conjunção favorável para uma noite agradabilíssima e despretensioa.
Você pode gastar muito ou pouco no Mistura, tudo vai depender da forma como você navega no cardápio. O Mistura já funciona também para almoço e a formatação que deram a este horário é fabulosa. Escolhe-se um grelhado e recebe-se quantos acompanhamentos quiser do rodízio. As proteínas oferecidas são: carne de sol laminada acebolada, bife de mignon ou picanha na manteiga da terra, bisteca suína ao molho de limão, tilápia ao molho de ervas, atum selado com gergelim e teriyaki ou camarões na manteiga.
O serviço volante de guarnições traz fritas, batata sauté, farofa matuta, arroz ao alho e brócolis, purê de batata, banana empanada, polenta frita e salada mista. O preço das proteínas varia entre R$ 24,90 e R$ 48,90, dependendo da escolha e o serviço vigora diariamente, das 12h às 15h.
À noite, o Mistura libera sua verdadeira alma. O bar ganha jeito de “boteco arrumado”, no sentido de que, sim, há um despojamento, mas, de certa forma, premeditado. O projeto de Diogo Viana acertou bem no alvo: sentimo-nos à vontade, como se o ambiente estivesse desde sempre ali, mas intuímos que houve um esforço consciente para isso. A música é sempre bacana, especialmente nos dias em que recebe a colaboração de um DJ (quinta, sexta, sábado).
Agora, vamos fazer a tal da navegação pelo cardápio. Tudo começa no capítulo intitulado “Provinha”, que são aqueles petisquinhos que a gente imagina comer quando diz que está com vontade de beliscar. O carro-chefe é o croquete de chambaril (R$ 10). O bicho é grande: em tamanho e gostosura. Uma bola considerável recheada com uma carne cremosa. Ainda nesse capítulo, encontram-se o quibe de cordeiro (R$ 10, do mesmo tamanho do croquete), os caldinhos (de feijoada e de camarão, R$8), os bolinhos de arroz (R$ 14, seis unidades) e a coxinha de frango com massa de inhame (R$8).
A partir daí, o Mistura se equilibra entre a linha refeição/petiscos, quando se pode pender tanto para um lado quanto para o outro. A divisão do menu compartimenta as opções em “Da Praia”, “Especial da Estação”, “Da Fazenda”, “Pastelaria” e “Tropical”. Uma dica valiosa: se você escolher o prato Mistura da Terra, vai provar junto com os amigos praticamente tudo o que está incluído nesse tema, inclusive as “provinhas”. O mesmo se aplica para o Mistura do Mar. A porção atende bem cinco pessoas.
SERVIÇO
Mistura Tropical - Av. Conselheiro Aguiar, 323, Pina, fone: 3072-6260