Poucos anos após sua morte, Yves Saint Laurent (1936-2008) foi tema de pelo menos três longas-metragens - duas ficções e um documentário - que, juntos, dissecam um pouco do ser humano complexo que o estilista foi em vida, uma figura controversa mas, sobretudo, um gênio da moda que o tempo soube muito bem contextualizá-lo como um dos principais personagens da história contemporânea. A produção mais recente, Saint Laurent (2014), chega ao Recife esta quinta-feira (13/11), no Cinema da Fundação.
Dirigido por Bertrand Bonello (O pornógrafo, 2001), o filme é provavelmente a cinebiografia que melhor aborda a importância cultural do legado de YSL - embora chame mais a atenção na tela a personalidade conturbada do artista e as consequências de suas relações igualmente alvoroçadas com tudo e com todos. Sobretudo pelo recorte do roteiro, que foca sua fase mais famosa, de 1967 a 1976.
Munido de uma ambientação e caracterização de época perfeita, com um design à altura do glamour do protagonista, o filme mostra como YSL dita uma nova tendência, restabelece parâmetros e entra para a história mesmo imerso numa viagem introspectiva que, como um redemoinho no meio do oceano, atrai tudo a sua volta num turbilhão de emoções nem sempre controladas - à exceção Pierre Bergé, eficiente gestor e companheiro de toda sua vida.
O ator Gaspard Ulliel (Eterno amor, Hannibal: a origem do mal) sobressai o tempo inteiro no papel de um YSL emblemático em todos seus maneirismos, inconstâncias e genialidade.
Em tempo: completam a tríade YSL a ficção Yves Saint Laurent (2014), de Jalil Lespert, e o documentário O louco amor de Yves Saint Laurent (L’amour fou, 2010), de Pierre Thoretton.
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