Atualizada às 17h48
A diretora Anna Muylaert, diretora do filme Que Horas Ela Volta?, comentou mais uma vez no seu Facebook a confusão no debate sobre a obra no Recife, no último sábado, no Cinema do Museu, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Claudio Assis e Lírio Ferreira, que interromperam o bate-papo e ofenderam pessoas, foram vetados de participar de eventos da Fundaj e de exibir seus filmes nos cinemas da instituição. No seu post, Anna disse ser contra a segunda parte dessa “punição”.
“Sendo eu o pivô da cena do debate no Recife que culminou com uma medida da Fundaj contra os cineastas Lírio Ferreira e Claudio Assis, gostaria de declarar que entendo a necessidade da instituição de se proteger da possibilidade da repetição de cena semelhante e apoio a medida - mas sou contra que esta punição se estenda aos filmes dirigidos por eles”, escreveu no Facebook. “Creio que erros pessoais não devem comprometer os filmes cujos esforços são coletivos - não são apenas dos diretores mas de toda uma equipe que não deve ser prejudicada.”
Mais cedo, comentando uma matéria da Folha de S. Paulo em que Claudio Assis afirma que não se arrepende do que fez no debate - diz que teria feito o mesmo com um homem, como o diretor Beto Brant - e chama novamente a atriz Regina Casé, protagonista da obra, de “gorda”, Anna Muylaert criticou o colega. “Tenho tentado o tempo todo evitar o confronto e elevar a conversa pro plano geral e discutir as regras invisíveis que estão no DNA da nossa sociedade ditada por valores masculinos e machistas. Mas hoje de manhã, ao abrir a Folha de S. Paulo, as novas declarações gratuitas de Claudio Assis contra a atriz do meu filme me deixaram realmente mal. Que horas ela volta? além de falar de educação , de cultura, de família , de indivíduo - fala principalmente de respeito. Ele não pode dizer que não gostou da atuação da atriz sem ter visto o filme. Regina Casé é uma força da natureza, um talento gigantesco que está sendo reconhecido no mundo todo. E mesmo que não fosse. Ela é uma pessoa e, como todas as pessoas, merece respeito. Quando vamos começar a dialogar a partir desse ponto?”, falou.
Procurada pelo Jornal do Commercio, a assessoria da Fundaj informou que a decisão está tomada e que não mais se pronunciará sobre o assunto.