Graça Araújo é homenageada em noite de emoção, na abertura do Cine PE

Apresentadora da TV e da Rádio Jornal, teve a memória lembrada pelos 22 anos que esteve à frente das atrações do festival
Ernesto Barros
Publicado em 30/07/2019 às 0:23
Apresentadora da TV e da Rádio Jornal, teve a memória lembrada pelos 22 anos que esteve à frente das atrações do festival Foto: Felipe Jordão/JCImagem


Graça Araujo vive! A ilusão da holografia trouxe a ex-apresentadora da TV Jornal e do Cine PE para uma noite de despedida. Quem foi ao Cinema São Luiz, na segunda-feria (29/7), ficou abismado com a imagem e a voz de Graça, que saíram do mesmo canto onde ela apresentava as atrações do festival. Com tranquilidade, Graça se despedia do público e anunciava um novo ciclo, em que seria substituída pela atriz Nínive Caldas, a nova apresentadora do festival.

Foi um momento único e emocionante, que nem todo mundo entendeu na hora – a ficha só caiu quando a diretora do Cine PE, Sandra Bertini, falou de Jonathas, o amigo de Graça, que imitava sua voz. Depois, dos técnicos dos Estúdios Malungo, que manipularam a imagem de Graça até darem ilusão de que ela era quem estava ali, mesmo que numa imagem fabricada. “Eu fiz o texto e mandei para Jonathas, que está morando em Vancouver, no Canadá. Ele embargou a voz várias vezes, enquanto gravava dirigindo. Parecia que estava ouvindo a voz dela. Foi impressionante”, contou Sandra.

Um texto poético, em que a palavra Graça foi cantada em todos os seus sentidos e usos, pronunciado por Nínive, foi de grande felicidade. “Como poderá ser curtida uma homenagem pela Graça da vida, embora seja difícil expressar tamanho sentimento de perda, dor – a vida da Graça, a nossa Araújo, é uma extensão da vida do Cine PE. É como se alguém perguntasse: qual é a Graça do projeto? Cine PE? Graça Araújo”.

A presença de Graça, durante 22 anos ininterruptos do Cine PE, em frente às vastas plateias do Teatro Guararapes e do Cinema São Luiz, garantiu-lhe uma espécie permanência simbólica. Tanto que esse ano, o festival passará, para que todos matem a saudade, a se chamar Cine PE Graça Araújo 2019. Com momentos comoventes, a noite teve direito a vídeo biográfico, em que Graça aparecia nos estúdios da TV e da Rádio Jornal, onde trabalhou por 26 anos. A jovem que nasceu em Itambé, na Zona da Mata do Estado, não teve o jornalismo como primeira paixão, pois sonhava em fazer medicina, até um dia em que foi mordida pelo jornalismo quando trabalhou como secretária numa revista do ramo da construção civil.

CALUNGA DE OURO

A emoção foi maior durante a entrega do Calunga de Ouro póstumo, o prêmio máximo do Festival, que foi recebido por Conceiçãoe João  Soares, irmã e sobrinho de Graça, respectivamente. Eles subiram ao palco do São Luiz ao lado do grupo de colegas do camarim, que acompanharam a apresentadora vários anos, cuidando de sua imagem. Ao agradecer o prêmio, Conceição não conseguiu conter a emoção, mas ainda disse que “oferecia ele ao público que a amava, por que ela foi muito amada por vocês”.

“Graça era a voz do festival”, disse Sandra Bertini, no final do seu agradecimento. Depois da homenagem, a noite de abertura do Cine PE contou com exibição do curta Parto Sim!, de Katia Mesel, e do longa-metragem Frei Damião, o Santo do Nordeste, de Deby Brennand.

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