Em um relato publicado na Revista Glamour, nessa terça-feira (10), a atriz Giselle Itié revelou que foi estuprada aos 17 anos por um namorado, quando ainda era virgem. Ela sugeriu que foi dopada e contou detalhes sobre o crime.
"Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada. X me desejou boa-noite e me chamou de Cinderela", afirmou.
Segundo Giselle, o abuso conteceu durante uma viagem que fez com o namorado, 15 anos mais velho, após uma ida a uma boate, onde ele teria colocado algo no suco que ela estava bebendo. "Acordei. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo. Olhei melhor e o vi nu. Susto. Me olhei. Nua. O chão forrado de garrafas vazias. Eu forrada de amnésia. Foi difícil sentar. Então vi o que eu já imaginava. Perdi a virgindade. Me perdi".
Após o estupro, Giselle conta que precisou de tempo e terapia, além da ajuda da mãe, para conseguir se recuperar. "Com a ajuda do tempo, da minha mãe e da terapia, comecei a me reencontrar. Decidi ligar para o booker da agência. Lembra? Fui fazer aula de TV e cinema, estudar jornalismo e trabalhar como modelo para pagar o curso. Tudo isso fez um baita barulho em casa, claro, mas eu não era mais aquela Giselle. Total fênix. A imagem das princesas encantadas foi engolida. Eu me sentia o Hulk e contestava tudo que achava injusto, como a Mafalda".
A atriz afirma que tomou consciência de que a culpa nunca é da vítima ao participar de um protesto em apoio a uma jovem vítima de estupro coletivo. "E tudo veio à tona no ato Por Todas Elas, em junho passado, quando uma carioca foi violentada por 33 homens coniventes. Teve um jogral, no qual uma vítima narrava seu abuso e as demais repetiam frase por frase para que todos ouvissem. Aquilo, sim, foi um momento de redenção".
Hoje, Giselle empenha-se no combate à violência contra a mulher, participando do Comitê de Combate à Violência Contra a Mulher do GMdB (Grupo Mulheres do Brasil) e do coletivo Hermanas, co-criado por ela.
"A cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil. Ou seja, todo movimento é importante para chegarmos mais perto do fim da desigualdade de gênero. Foi duro escrever este texto, mas isso me fortaleceu ainda mais. Meninas, precisamos nos unir! Nosso futuro agradece".
Leia o relato completo no site da Revista Glamour.