Se os gritos que o chef de cozinha Henrique Fogaça solta no reality show MasterChef Brasil, da Band, são para exigir limpeza e organização dos competidores, neste sábado (30), seus brados quase incompreensíveis serão de entrega à agressividade e o caos da cena punk hardcore através das músicas da banda Oitão, na qual é vocalista, e é uma das atrações da última noite do Abril Pro Rock, no Classic Hall.
“O Oitão começou em 2008. Surgiu pra fazer um som por diversão, mas acabou crescendo e se tornando uma banda profissional. A música sempre esteve presente na minha vida e é a minha válvula de escape”, disse Fogaça em entrevista ao JC.
Desde a infância em Ribeirão Preto, o chef conviveu com a música. Ele fez parte da banda Pineapple Face como baterista, e foi vocal nas bandas Osso, Impala e, agora na Oitão, que se inspira, principalmente, nos nomes nacionais da cena punk: “Nossa maior inspiração são bandas que nos orgulhamos de ter como amigos como o Sepultura e o Ratos de Porão. Mas também tem Dead Kennedys, Biohazard, Slayer, Pantera e por aí vai”, explica Fogaça.
O Oitão lançou o primeiro disco em 2009. E no ano passado, apresentaram Pobre Povo, o segundo trabalho de estúdio. As letras da banda são cercadas de críticas sociais: “A ideia é que as pessoas abram os olhos e não sejam alienadas, por isso falamos sobre corrupção e injustiças sociais”, argumenta o chef-vocalista.
A fama conquistada pelo MasterChef atraiu mais pessoas aos shows da Oitão, “mas (o público) continua sendo de quem gosta mesmo da banda”, reitera Fogaça. A apresentação no Abril Pro Rock será bem representativa para o conjunto paulista. E quando indagamos ao chef se ele ia aproveitar a gastronomia pernambucana, apenas se limitou a dizer: “dessa vez não”. Ou seja, o chef já tinha voltado ao jeito zangado que conhecemos da TV.